CLDF

 

Utilizar a criatividade e as artes para amenizar a dor, o medo e o sofrimento que resultam da violência doméstica. Com esse intuito, a educadora social Maria Cristina Ferreira de Freitas e o artista plástico Adilson Borges iniciaram, em janeiro deste ano, o projeto Experimentações, com uma série de oficinas de artes plásticas, fotografia e performances cênicas voltadas para cerca de 20 mulheres atendidas pela Casa Abrigo, que é mantida pela Secretaria de Estado da Mulher do DF. O resultado desse trabalho está sendo apresentado em uma exposição no foyer da Câmara Legislativa. Composta de 35 quadros e uma instalação, a mostra que faz parte da programação do Mês da Mulher na CLDF, pode ser vista até a próxima sexta-feira (15), das 9h às 18h.

Para os idealizadores da mostra, as obras produzidas pelas mulheres da Casa Abrigo surpreendem, não pela técnica, mas pela criatividade, riqueza de detalhes e principalmente pelo curto tempo de aulas que as novas artistas tiveram (apenas dois meses).

De acordo com a educadora Maria Cristina, durante as oficinas foram ministradas técnicas de pintura acrílica sobre tela. As alunas da Casa Abrigo aprenderam também uma nova técnica que inclui tinta de parede, água e pigmento. Aprenderam, ainda, todo o processo de preparo e montagem das telas.

"Elas não tinham qualquer experiência anterior e ficaram livres para se expressar como quisessem. Percebemos a cada aula uma melhoria da autoestima, além da recuperação psicológica dessas mulheres em situação de violência doméstica e risco de morte", acrescentou a educadora.

O artista plástico Adilson Borges também percebeu uma mudança significativa no estado emocional das alunas no decorrer das oficinas. "Nas primeiras aulas elas não demonstravam muito entusiasmo, mas, aos poucos, foram se envolvendo com o processo criativo e por fim chegaram ao ponto de dispensar outras atividades para continuar produzindo suas obras.

Casa Abrigo – Atualmente ligada à Secretaria da Mulher do DF, a Casa Abrigo é um espaço onde as mulheres e crianças vítimas de violência doméstica e sexual são abrigadas, de forma sigilosa, permanecendo na instituição por cerca de noventa dias. Durante este período, todos contam com suporte psicopedagógico e outras ações que envolvem atividade física para as abrigadas, atividades lúdicas para os filhos e ações de caráter sócio-ocupacional. Há ainda apoio assistencial e jurídico em articulação com outras políticas públicas, nas áreas de saúde, educação, cultura e assistência social. 

Necessidades básicas como alimentação, vestimenta, transporte, lazer e segurança também são supridas pelo programa. O encaminhamento das mulheres é realizado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), somente após o registro do boletim de ocorrência contra o familiar agressor. O abrigo é uma possibilidade da mulher que sofre violência se proteger, bem como zelar pela integridade dos seus filhos.

SERVIÇO

Exposição de pinturas produzidas por mulheres atendidas pela Casa Abrigo

Visitação: de 11 a 15 de março de 2013

Horário: De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h

Local: Foyer da Câmara Legislativa do Distrito Federal

Entrada gratuita. 

Mais informações:

Maria Cristina Ferreira de Freitas: (61) 8201-0236

Adilson Borges: (61) 8144-5056