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Ministério Público questiona "excesso de expansão urbana" no PDOT

Publicado em 13/06/2008 16h39
O analista processual Antony Brandão Santos, representante do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios na audiência pública de hoje para debater o Plano Diretor Territorial e Urbano (PDOT) do DF,  questionou o "excesso de expansão urbana" proposto pelo GDF no Projeto de Lei Complementar nº 46/08, que trata da revisão do Plano.

Segundo ele, há estudos da Universidade de Brasília (UnB) indicando que não há a correspondente demanda habitacional no DF até o ano de 2020. O Ministério Público do DF vai propor à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma), em reunião na próxima segunda-feira, 16, a realização de audiências públicas temáticas sobre o PDOT, uma delas sobre política habitacional, com a participação do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), Sindicato da Construção Civil e UnB.

Luís Mourão, do Fórum das Organizações Não Governamentais Ambientalistas do DF, destacou a necessidade de se assegurar, na revisão do PDOT, habitação para quem mais precisa, a população de baixa renda. "É preciso que seja explicitado o uso de áreas públicas da Terracap e da União. Elas não podem servir à especulação imobiliária", declarou.

Área tombada - O diretor da Divisão Técnica do Instituto de Planejamento Histórico (Iphan), Maurício Pinheiro, anunciou que o órgão vai encaminhar à Câmara e à Seduma documento com parâmetros para ocupação do entorno da área tombada de Brasília. A representante do IAB, Tânia Batela, havia reforçado a necessidade de critérios de preservação das áreas que cercam o Plano Piloto.

Entre as várias questões locais levantadas durante a audiência pública, realizada no auditório da Federação das Indústrias do DF (Fibra), no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), estiveram a necessidade de se preservar o Parque do Guará, a ser cortado pela Via Interbairros - uma das novidades do novo PDOT -; a transformação da Chácara Modelo, onde foi construída a residência do então presidente Garrastazu Médici em 1957, em área de interesse social; e a especulação imobiliária na área do Jóquei Clube.

SIA - Houve proposta para se acabar com os quiosques da área central do SIA, criando áreas verdes e ampliando as vagas para estacionamento, um dos problemas graves da região, por onde passam diariamente 300 mil pessoas,  e estão fixadas cinco mil empresas e atuam mais de 80 mil trabalhadores.

Outra questão detalhada foi a situação dos produtores da Colônia Agrícola Sucupira, do Riacho Fundo. Com a mudança do tamanho máximo dos lotes em mil metros quadrados, estão ameaçados 40% dos chacareiros que "produzem e contribuem para preservar o meio ambiente", conforme colocou o prefeito comunitário da colônia, Mauro Blanco.

Em sua exposição inicial, a representante da Seduma, Rejane Jung Viana, anunciou a criação de um novo parque, no Núcleo Bandeirante e destacou a importância da Via Interbairros, uma alternativa de acesso da região Oeste do DF ao Plano Piloto.

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