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Lei Geral dos Concursos é debatida na Câmara Legislativa

Publicado em 22/06/2012 19h11

O projeto de lei que vai dar origem à Lei Geral dos Concursos Públicos no Distrito Federal foi tema de comissão geral, realizada nesta quinta-feira (21) no plenário da Câmara Legislativa. Durante o encontro, representantes da sociedade civil e parlamentares apresentaram sugestões para aperfeiçoar o texto da proposta, que é de autoria do poder Executivo. O esforço é para que as emendas parlamentares aprimorem a transparência e estabeleçam regras mais claras aos certames realizados no DF. O projeto pode ser votado na próxima semana.

O deputado Prof. Israel (PDT), que sugeriu o debate, disse que a nova regulamentação será uma conquista da sociedade e destacou o pioneirismo do DF, que pode ser a primeira unidade da Federação a aprovar uma lei desta natureza. "A instituição do concurso modernizou a administração pública do Brasil. Não abriremos mão de sermos protagonistas nesse processo e vamos aperfeiçoar o projeto com a participação da sociedade civil para ampliar a transparência e reduzir a possibilidade de fraudes", afirmou Israel.

O deputado Chico Leite (PT) sugeriu a criação de uma comissão especial formada por técnicos da Câmara e do Executivo para analisar as sugestões de aperfeiçoamento do projeto de lei e viabilizar a votação da proposta ainda neste semestre. Leite defende a regulamentação dos concursos há anos e foi autor de dois projetos sobre o tema, aprovados pela Câmara e posteriormente considerados inconstitucionais por vício de iniciativa. Ele apresentou recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão judicial, mas anunciou durante o debate que abriria mão da demanda, caso a nova lei seja aprovada.

O secretário de Transparência do GDF, Carlos Higino, relatou que, no passado, muitos concursos "eram obscuros, opacos e direcionados" e considerou louvável a busca por moralização. Entre os avanços apontados pelo secretário na proposta enviada pelo Poder Executivo, estão a explicitação dos critérios de correção e de regras para a elaboração de questões, a indicação clara da bibliografia e o direito de acesso amplo às correções. "Com a edição desta Lei Geral, a Câmara, mais uma vez, estará na vanguarda, dando exemplo à esfera federal", salientou Carlos Higino.

Já a deputada Eliana Pedrosa (PSD) comentou a crescente demanda de servidores públicos em diversos setores do governo e anunciou que vai apresentar 12 emendas, dentre elas a especificação do percentual de vagas destinadas a pessoas com deficiência. Em seu discurso, Olair Francisco (PTdoB) comprometeu-se com a aprovação da lei.

A deputada Celina Leão (PSD) parabenizou o governo pelo envio do projeto de lei e destacou sua luta em favor dos servidores concursados a frente da Comissão de Direitos Humanos da CLDF. Siqueira Campos (PSC), por sua vez, criticou o excesso de terceirizações no serviço público e o excessivo privilégio a "exceções" para o ingresso no serviço público. "Não podemos estar sempre privilegiando algumas minorias em detrimento da maioria", afirmou o distrital.

Economia – O coordenador do Movimento pela Moralização dos Concursos Públicos, José Wilson Granjeiro, apresentou alguns números do impacto econômico dos concursos públicos. "No DF, são cerca de 350 mil jovens que buscam vaga no serviço público. Cerca de 35% dos estudantes vêm de fora, o que movimenta a economia local".

Responsável pelo envio do projeto, o secretário de Administração Pública do DF, Wilmar Lacerda, ressaltou a importância de se aperfeiçoar o serviço público para atender as necessidades de uma sociedade cada vez exigente. "Defendemos que todos os concursos tenham cadastro de reserva, com percentual razoável, e que os editais sejam publicados com antecedência mínima de 60 dias. Esse projeto vai ser amplamente debatido com a sociedade", garantiu Lacerda.

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