Empresas de telefonia usam Procon como se fosse o SAC
Empresas de telefonia usam Procon como se fosse o SAC

No entanto, embora a Constituição dê aos Estados e ao DF a competência corrente para legislar sobre a matéria, as leis foram declaradas inconstitucionais pelos tribunais estaduais, segundo Chico Leite, e agora encontram-se pendentes da manifestação do Supremo Tribunal Federal. As discussões, na opinião do deputado, devem se orientar por essa perspectiva, sob pena de inviabilizar as soluções para os consumidores, por que a Anatel não está preparada para isso.
Falando sob o ponto de vista das empresas de telefonia, o presidente executivo da Associação Nacional das Operadoras de Celulares (ACEL), Ercio Alberto Zilli, traçou uma breve evolução da telefonia móvel no Brasil e no DF. Em 10 anos, segundo informou, o número de telefones móveis saltou de sete para 130 milhões de aparelhos no país. Só no DF há três milhões de usuários e 123 aparelhos por cada 100 habitantes, resultando em densidade comparável à dos países europeus mais desenvolvidos.
Cobranças indevidas - Laura Schertel Ferreira Mendes, coordenadora geral de Supervisão e Controle do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, lembrou que o direito do consumidor tem sede na própria Constituição. Em sua exposição, explicou que as cobranças indevidas e as dificuldades de relacionamento com a empresa no pós-contratação do serviço se constituem nas principais reclamações que chegam ao seu departamento, provenientes de todo o país.
O presidente do Procon, Peniel Pacheco, concordou plenamente com a técnica do Ministério da Justiça. E foi além, ao criticar questões como a exigência de fidelização, a invasividade dos telemarketings e elogiou o projeto de lei aprovado pela Casa que vai criar o cadastro dos "Não me importune", a ser implementado pelo Procon. O projeto aguarda a sanção do governador.
Como última contribuição, Peniel sugeriu a apresentação de um projeto de lei que institua cobranças para as empresas que não resolverem as reclamações fundamentadas dos clientes, deixando a missão a cargo do Procon. O deputado Chico Leite apreciou a sugestão, mas disse que ela só será viável quando o STF deixar claro o direito concorrente do DF de legislar sobre a matéria.