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Dono de funerária admite cobrança sem recibo pela liberação do DPVAT

Publicado em 15/05/2008 17h54
O presidente da Associação das Funerárias do DF, João Romualdo Sanches de Oliveira, admitiu,  em depoimento hoje à CPI dos Cemitérios, que cobra 10% do valor do DPVAT para liberar o seguro obrigatório de acidentes de trânsito às famílias. Indagado pelos integrantes da Comissão, Sanches reconheceu que não emite nota fiscal ou qualquer documento que comprove o recebimento do valor cobrado, o que caracteriza sonegação de impostos, segundo o deputado Reguffe (PDT). "É mentira", foi a reação do empresário, dono da funerária Paz no Senhor, quando questionado sobre a declaração de Herli Pereira de Souza, em reportagem do Correio Braziliense de 05/05/08, de que ele cobrara 40% para intermediar a liberação do DPVAT decorrente da morte de seu filho Angelino, de 20 anos, em agosto do ano passado. O deputado Reguffe disse que vai pedir uma acareação entre João Romualdo Sanches e Herli de Souza.

Em entrevista à imprensa, ao final dos depoimentos de hoje, Rogério Ulysses (PSB), presidente da Comissão, concluiu que a CPI já tem elementos para caracterizar "apropriação indébita" do seguro e "estelionato". Acrescentou que a reunião de hoje foi importante para esclarecer as relações entre as diversas instâncias do "mercado da morte".

Romualdo Sanches disse que não emitia recibo pelos 10% do DPVAT porque atuava como despachante, e que é prática desses profissionais não passar recibo. Ele está desde 1995 no ramo das funerárias e foi obrigado a interromper suas atividades por três anos, após sofrer tentativa de assassinato atribuída por ele à concorrência. "Havia quatro funerárias em Ceilândia, e duas eram minhas", informou.

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