Dia da Luta Camponesa é comemorado na Câmara
Dia da Luta Camponesa é comemorado na Câmara

O grito de guerra do MST foi proferido por diversas vezes durante a sessão. Os deputados pestistas Erika Kokay e Paulo Tadeu, que presidiu a sessão, foram os autores da homenagem.
Desde 1996, quando 19 trabalhadores rurais foram assassinados por policiais militares em Eldorado, na Serra dos Carajás, chamado "massacre dos Carajás", a Via Campesina Internacional declarou o dia 17 de abril como o Dia Internacional da Luta Camponesa. A partir de então, as organizações camponesas do mundo todo promoveram uma série de atividades em memória dos sem-terra e reivindicam os direitos dos agricultores.
Paulo Tadeu justificou a importância da realização do evento ao declarar apoio às propostas que dizem respeito ao movimento, como "o acesso e o controle da terra, da semente, da água, crédito, tecnologia e mercado para todos os camponeses e camponesas, a fim de produzir alimento suficiente, de maneira sustentável e socialmente justa". "Ainda há no parlamento de diversos pontos do país representantes que continuam resistindo com os bravos camponeses na luta pelo direito à terra e ao trabalho", lembrou o parlamentar.
Erika Kokay, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Casa, saudou todas as lideranças representadas no evento e destacou a força e bravura da mulher camponesa que representa o exemplo de luta pelo trabalho e pela justiça social, citando textos bíblicos que fazem alusão à pobreza e à desigualdade social. Condenou os latifúndios e a injustiça produzida pelos senhores da terra. "A terra é um dom de Deus e deve ser de todos", defendeu a deputada.
Adão Preto, poeta do MST, declamou poesia de sua autoria como forma de protesto contra o monopólio da terra, contra o latifúndio e pela liberdade de plantar e produzir alimentos para todos.
Osvaldo Russo, vice-presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária, discursou sobre a violência contra os sem-terra e recordou os preceitos do Estatuto da Terra. Russo defendeu o desenvolvimento sustentável através do agronegócio, que propõe que seja estendido a todos os trabalhadores rurais, garantindo a produção da agricultura familiar e o apoio do governo às classes camponesas.
Também estiveram presentes à sessão representantes da CUT, da CNBB, do Senar, do Incra, da Cáritas Brasileira, do gabinete do vice-governador Paulo Octávio, e o deputado federal Bispo Rodovalho (DEM-DF).