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Deputado ingressará com mandado de segurança para que PDOT seja devolvido ao Executivo

Publicado em 19/05/2008 15h13
O deputado Reguffe (PDT) ingressará na Justiça com mandado de segurança para que o Projeto de Lei Complementar nº 46/2008 - o Plano de Ordenamento Territorial do DF (PDOT) -, em tramitação na Câmara Legislativa, seja devolvido ao Executivo, pois o governo do DF não cumpriu todas as etapas previstas em lei para a elaboração do projeto. A decisão de Reguffe foi anunciada hoje de manhã, no auditório da Câmara, durante seminário promovido por seu gabinete, a pedido do Movimento Pró-Federação - da sociedade civil organizada, para debater aspectos científicos e técnicos do projeto que não têm tido espaço de discussão nas audiências públicas que vêm sendo promovidas pela Câmara.

Arquitetos, geólogos, ecologistas, hidrologistas, técnicos ambientais, líderes comunitários e juristas foram unânimes em acusar o GDF de tentar aprovar um projeto sem qualquer vínculo com as reais necessidades do Distrito Federal e sem levar em consideração nem mesmo acordos internacionais de preservação do meio ambiente e de desenvolvimento sustentável ratificados pelo Brasil.
 Denunciam também que o governo não seguiu os procedimentos definidos legalmente para a elaboração do projeto, tendo ouvido "pouco e mal" a comunidade.

Em uníssono, as entidades de defesa do DF acusam o GDF de apresentar à Câmara um projeto diferente do que foi discutido com a sociedade. "O PDOT é um pacto social e a sociedade civil não foi escutada", afirmam. Ministério Público - O projeto foi debatido com a comunidade em apenas três audiências públicas e o texto apresentado ao Legislativo não é o mesmo apresentado à população. Mais estranho ainda, segundo o Ministério Público (MPDFT), o texto em tramitação na Câmara não é o que foi originalmente apresentado: o GDF o substituiu por um terceiro.

:O analista processual da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente (Prodema), Anthony Brandão, afirmou que se o PDOT for aprovado como está o Ministério Público será obrigado a argüir sua inconstitucionalidade por desrespeito à legislação nacional e local vigente.

Entre as principais irregularidades apontadas pelo representante do MPDFT está o descumprimento da Lei 9.985/2000 que obriga os PDOTs a respeitarem o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) - o que no DF nem sequer existe.

Especulação imobiliária - Estudos elaborados separadamente pela unidade de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente da assessoria legislativa da CLDF e pela professora aposentada da UnB, integrante do Movimento Pró-Federação, Suely Gonzales, apontam no mesmo sentido: a expansão urbana proposta pelo PDOT é superestimada e não atende à demanda de moradia para a população mais necessitada. Além disso, boa parte dela está prevista em áreas privadas.

:Segundo os cálculos da professora, a demanda de novas moradias no DF, até 2020, somará cerca de 162 mil unidades, para abrigar em torno de 800 mil habitantes, para o que bastariam 3.

150 hectares.
 No entanto, o PDOT encaminhado pelo GDF à Câmara prevê 16 novas áreas de expansão urbana e o adensamento populacional de outras 12 num total de mais de 20 mil hectares.

Participaram também do seminário, Mônica Veríssimo, da Fundação Sustentabilidade e Desenvolvimento;
 José Wilson, do Instituto de Geociências da UnB; Mauro Ribeiro, da Reserva Ecológica do IBGE e o arquiteto Tadeu Almeida de Oliveira, consultor legislativo da Câmara Legislativa.

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