Deputado ingressará com mandado de segurança para que PDOT seja devolvido ao Executivo
Deputado ingressará com mandado de segurança para que PDOT seja devolvido ao Executivo

Arquitetos, geólogos, ecologistas, hidrologistas, técnicos ambientais, líderes comunitários e juristas foram unânimes em acusar o GDF de tentar aprovar um projeto sem qualquer vínculo com as reais necessidades do Distrito Federal e sem levar em consideração nem mesmo acordos internacionais de preservação do meio ambiente e de desenvolvimento sustentável ratificados pelo Brasil.
Denunciam também que o governo não seguiu os procedimentos definidos legalmente para a elaboração do projeto, tendo ouvido "pouco e mal" a comunidade.
Em uníssono, as entidades de defesa do DF acusam o GDF de apresentar à Câmara um projeto diferente do que foi discutido com a sociedade. "O PDOT é um pacto social e a sociedade civil não foi escutada", afirmam. Ministério Público - O projeto foi debatido com a comunidade em apenas três audiências públicas e o texto apresentado ao Legislativo não é o mesmo apresentado à população. Mais estranho ainda, segundo o Ministério Público (MPDFT), o texto em tramitação na Câmara não é o que foi originalmente apresentado: o GDF o substituiu por um terceiro.
:O analista processual da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente (Prodema), Anthony Brandão, afirmou que se o PDOT for aprovado como está o Ministério Público será obrigado a argüir sua inconstitucionalidade por desrespeito à legislação nacional e local vigente.
Entre as principais irregularidades apontadas pelo representante do MPDFT está o descumprimento da Lei 9.985/2000 que obriga os PDOTs a respeitarem o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) - o que no DF nem sequer existe.
Especulação imobiliária - Estudos elaborados separadamente pela unidade de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente da assessoria legislativa da CLDF e pela professora aposentada da UnB, integrante do Movimento Pró-Federação, Suely Gonzales, apontam no mesmo sentido: a expansão urbana proposta pelo PDOT é superestimada e não atende à demanda de moradia para a população mais necessitada. Além disso, boa parte dela está prevista em áreas privadas.
:Segundo os cálculos da professora, a demanda de novas moradias no DF, até 2020, somará cerca de 162 mil unidades, para abrigar em torno de 800 mil habitantes, para o que bastariam 3.
150 hectares.
No entanto, o PDOT encaminhado pelo GDF à Câmara prevê 16 novas áreas de expansão urbana e o adensamento populacional de outras 12 num total de mais de 20 mil hectares.
Participaram também do seminário, Mônica Veríssimo, da Fundação Sustentabilidade e Desenvolvimento;
José Wilson, do Instituto de Geociências da UnB; Mauro Ribeiro, da Reserva Ecológica do IBGE e o arquiteto Tadeu Almeida de Oliveira, consultor legislativo da Câmara Legislativa.