CPI dos Cemitérios ouve vítimas da "máfia do DPVAT"
CPI dos Cemitérios ouve vítimas da "máfia do DPVAT"

Mais de 30 pessoas compareceram ao auditório da Câmara até às 11 horas, para prestar seus depoimentos. De acordo com o deputado Reguffe (PDT), membro da CPI, há uma máfia de advogados que se aproveitam da falta de informações de pessoas humildes com a finalidade de levá-las a assinar procurações para que recebam o DPVAT. Há denúncias de famílias que não chegaram a receber um centavo do valor do seguro, de mais de R$ 13 mil. "Assim, um enterro que pode sair por R$ 3 mil reais - o que já é caro -, acaba custando R$ 13 mil", declarou o parlamentar.
Estelionato - Para a deputada Erika Kokay (PT), a análise dos depoimentos colhidos na manhã de hoje vai ajudar a Comissão Parlamentar de Inquérito a esclarecer as relações entre "as diversas máfias formadas em torno do mercado da morte, incluindo seguradoras, escritórios de advocacia, funerárias e servidores públicos". Rogério Ulysses acrescenta que o esquema do DPVAT é nacional e que a CPI vai tipificar a ação como estelionato.
A suspeita do envolvimento de servidores, segundo Kokay e Ulysses, deve-se a informações de que os intermediários para recebimento do DPVAT foram indicados às famílias dentro do Instituto Médico Legal ou dos hospitais públicos. "Eles têm informações privilegiadas, chegam muito rápido às famílias", diz o presidente da CPI. "A Comissão vai propor medidas para acabar com as redes e eliminar essas máfias", anunciou Érika Kokay. Uma das proposições, acrescenta, é a publicização do seguro obrigatório para famílias de acidentados no trânsito. "A população precisa conhecer seus direitos. A falta de informações, aliada à fragilidade pela perda de um ente querido, torna as pessoas vulneráveis à ação desses criminosos", finaliza.
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