Publicador de Conteúdos e Mídias

Câmara discute questões ambientais na revisão do PDOT

Publicado em 06/06/2008 16h45
A Câmara Legislativa voltou hoje (6) a discutir o projeto de lei 46/2007 que prevê a revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), em audiência pública realizada no auditório da Administração Regional de Taguatinga, que foi convocada para o debate de questões específicas sobre o meio ambiente.
  Mais uma vez, o protesto de  ambientalistas - que defendem a retirada de tramitação da atual proposta - e as reivindicações de regularização de ocupações por moradores de áreas rurais dominaram os debates com os técnicos dos órgãos governamentais.
  A principal preocupação dos que se manifestaram é sobre a preservação dos mananciais de água, que abastecem o DF.

Ao abrir a audiência,  o presidente da Comissão de Assuntos Fundiários, deputado Benício Tavares (PMDB), enfatizou a importância das seguidas audiências públicas que a Câmara vem realizando. Afirmou que eventuais mudanças no PDOT serão analisadas, antes da votação em plenário.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente, Batista das Cooperativas (PRP), informou aos participantes que já apresentou três emendas ao projeto, nas quais contempla recomendações feitas pelo Ministério Público para a inclusão do  Tororó e da Nova Betânia, como áreas de proteção de mananciais. "Assim estamos resguardando toda a área situada às margens da DF 140", assegurou.

Já  a presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Eurides Brito (PMDB), anunciou que, acatando reivindicações de produtores rurais, a próxima audiência pública para discutir as sugestões desse segmento acontecerá nos próximos 15 dias, na Granja do Torto, e não em Planaltina, como previsto inicialmente, a fim de facilitar o acesso de um número maior de participantes.
 Na sua  exposição, o secretário-adjunto de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do GDF,  Danilo Aucélio, detalhou as diretrizes do novo PDOT que afetam o meio ambiente e ressaltou que "há um acréscimo de 33,8% nas áreas protegidas em relação ao atual Plano". Destacou também que  existe potencial hídrico suficiente para suprir o abastecimento de água decorrente da  criação de novas ocupações urbanas, como o Setor Noroeste. "Todo o Plano está em consonância com o Estatuto das Cidades", defendeu.
   Críticas -   Dezenas de moradores, ambientalistas e líderes de associações comunitárias apresentaram suas reivindicações na audiência pública. Muitos defenderam a necessidade de o governo reexaminar e substituir o atual projeto que tramita na Câmara Legislativa.
 Eles enfatizaram que não houve debate suficiente com a população sobre as alterações incluídas  pelo governo. E ressaltaram que a proposta contém muitas deficiências.
 O arquiteto urbanista Pedro Braga Neto  cobrou dos técnicos da Seduma a comprovação, por estudos, de que haverá nos próximos anos água suficiente que possa atender à crescente demanda habitacional. "Você tem netos?", indagou ele a um técnico da Caesb que garantiu ter o DF mananciais satisfatórios para assegurar a implantação de novos projetos habitacionais.

Moradores de áreas rurais de Taguatinga e Brazlândia defenderam a inclusão de suas áreas dentro do novo Plano, ressaltando que ocuparam aquelas áreas por muitos anos, sem agredir ao meio ambiente.

  O líder comunitário Chico Dorion defendeu a ocupação popular na área do Catetinho, criticando "os que só defendem o direito de moradia para os ricos".

Mais notícias sobre