Câmara debate ética na política
Câmara debate ética na política

Na opinião de Alírio, a proposta de reforma política deveria ser bem mais ampla do que a propagada, passando a incluir a impossibilidade de reeleição parlamentar por mais de dois mandatos, para que seja quebrado o "vício da política profissional" e o uso da máquina pública para interesse particular. Segundo o deputado, isso permitiria ainda a renovação constante do universo político e o surgimento de novas lideranças. "Ética é o que temos que buscar nessa reforma política que se desenha no país", acrescentou.
O ouvidor da Câmara Legislativa, deputado Reguffe, disse que a idéia de realização do seminário partiu da necessidade de trazer ao legislativo local a discussão sobre o combate ao desperdício do dinheiro público e o papel da classe política. O ouvidor elogiou as sugestões de Alírio em relação à reforma política, mas disse que é preciso ser ainda mais ousado. Ele defende o fim da reeleição para todos os níveis, inclusive para o Poder Executivo, além da redução do número de deputados federais e da implantação do voto facultativo e do voto distrital misto. Para Reguffe, o financiamento das campanhas políticas deveria ser exclusivamente público, o que, segundo ele, traria maior economia de recursos públicos, igualdade de condições entre as campanhas e maior transparência ao processo eleitoral."Para que exerça o seu papel fiscalizador, o Poder Legislativo tem que ter autoridade moral e não pode ser visto como um anexo ou secretaria do Executivo, que por sua vez deve dar ao cidadão total transparência quanto aos gastos de recursos públicos", ressaltou Reguffe.
Na primeira palestra do seminário, o vice-presidente da Transparência Brasil, Fernando Antunes, explicou como a ONG atua para alterar o cenário de corrupção no Brasil. "Buscamos aprimorar a divulgação de informações referentes a gastos de governo, grandes licitações e financiamento de campanha.
É preciso que os governantes agilizem esse processo, mas avançamos um pouco a cada dia", disse Antunes.
A Transparência Brasil, tal como a Câmara Legislativa, é contrária a qualquer forma de nepotismo. "O concurso público é uma lógica adequada de ingresso, e deve ser aliado ao investimento nas carreiras", explicou o vice-presidente, que acrescentou, "por melhor que seja a pessoa próxima ao detentor do poder de nomeação, ela deve disputar o cargo em igualdade de condições".