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"Me torno tão falso quanto quem pretende estimular o clima democrático na escola por meios e caminhos autoritários. Tão fingido quanto quem diz combater o racismo mas, perguntado se conhece Madalena, diz: ‘Conheço-a. É negra, mas é competente e decente.'" Assim escreveu um dos maiores pensadores da pedagogia, Paulo Freire, ao citar a educadora Maria Madalena Tôrres. Freire conheceu-a por meio da educação popular, trabalho este que foi reconhecido também pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, ao conceder à Madalena, nesta sexta-feira (29), o Título de Cidadã Honorária de Brasília (TCHB). A solenidade ocorre às 19h no auditório do Centro de Ensino Médio 04, de Ceilândia.
 

A iniciativa da homenagem partiu do deputado Chico Vigilante (PT), que justificou a comenda destacando a relevância do trabalho prestado à população por Maria Madalena, "sobretudo na educação popular e na formação de educadores". Em 2012, a colega de partido Arlete Sampaio (PT) homenageou Madalena com moção honrosa "por despertar em seus alunos rica relação com a experiência vivida e por acreditar na educação como a mais importante ferramenta de mudança social".
 

Maria Madalena, de origem humilde, nasceu em Divinópolis (GO) e está no Distrito Federal desde os 8 anos. Hoje, com quase 55 anos, é especialista e mestre pela Universidade de Brasília,  aposentada da Secretaria de Educação do Distrito Federal e fundadora do Centro de Educação Paulo Freire de Ceilândia – CEPRAFE, organização que tem como missão estimular a educação de jovens, adultos e idosos nas áreas de alfabetização, saúde, comunicação social e organização popular, tendo já alfabetizado mais de 15 mil jovens e adultos.
 

Um dos projetos que a educadora fez parte na CEPAFRE foi o "Cine Popular- conhecimento e audiovisual" do qual originou-se o tema de mestrado de Tôrres: "O cinema – a língua escrita da realidade - na alfabetização de jovens e adultos, 2005". Maria é autora de diversos artigos em áreas como educação, cinema e movimentos sociais e agora, no final de 2018 ela lançou seu primeiro livro, "O cinema como linguagem na alfabetização de jovens e adultos trabalhadores".

 

Karine Teles (Estagiária)

Comunicação Social - Câmara Legislativa