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CPI da Pedofilia apreende computadores em local onde jovens eram aliciadas

Publicado em 16/07/2018 14h03

Computadores, pen drives, HD, celular e remédio de tarja preta estão entre os itens apreendidos pela CPI da Pedofilia da Câmara Legislativa do Distrito Federal em endereço da Asa Norte que funcionava como uma espécie de "agência" para exploração sexual de adolescentes. Durante a investigação, a CPI descobriu o aliciamento de meninas a partir de 14 anos de idade. No local, os policiais civis que estão assessorando a comissão encontraram uma jovem de 18 anos de idade, que era mantida no local há cerca de um mês.

modus operandi dos exploradores foi apresentado na tarde desta segunda-feira (16), em entrevista coletiva na CLDF, pelo presidente da CPI, deputado Rodrigo Delmasso (PRB) e pelo delegado Haendel Fonseca, que coordenou a operação. "Eles oferecem programas sexuais com meninas que vêm, geralmente, de áreas de baixa renda do Distrito Federal e Entorno", observou o parlamentar. "Ligados a esse endereço, identificamos três adolescentes sendo aliciadas", completou o delegado.

A CPI, com apoio do Ministério Público do DF, havia solicitado à Justiça três mandados de busca e apreensão, mas dois deles não puderam ser cumpridos. "Houve uma movimentação dos envolvidos em dois casos", explicou Fonseca, salientando que o local onde houve a apreensão foi monitorado durante todo o final de semana. Os policiais chegaram até o endereço a partir de denúncias formuladas diretamente à CPI da Pedofilia, que fará a perícia do material.

Balanço – O deputado Delmasso aproveitou a entrevista para fazer um balanço da comissão parlamentar de inquérito. "Estamos chegando à terceira fase dos trabalhos, iniciados em maio de 2016. Na primeira, realizamos um levantamento da atuação do sistema de proteção a crianças e adolescentes. Em seguida, o Tribunal de Contas do DF deu início a uma auditoria nas contas do Fundo dos Direitos da Criança. Agora, entramos na investigação", resumiu, chamando a atenção para o ineditismo de buscas e apreensões nas CPIs já realizadas pela Casa.

O distrital também destacou que, durante os trabalhos, foi observado que há uma subnotificação dos casos de abusos sexuais no DF. "O fato dos abusos ocorrerem, em sua maioria, dentro de casa, dificulta a notificação", declarou, divulgando que, entre janeiro e abril deste ano, a Polícia Civil computou 607 casos, sendo a maior parte em Ceilândia (97). "Temos de atuar em duas frentes: prevenção e denúncia", acrescentou.

Para o delegado Haendel Fonseca, ações como a realizada na manhã de hoje visam a encorajar as denúncias. "Acompanhando a CPI vimos que muitos não acreditavam na possibilidade de obter ajuda do Estado", comentou, defendendo a necessidade de fortalecer a rede proteção.

Marco Túlio Alencar
Comunicação Social – Câmara Legislativa

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