Caso de intolerância religiosa repercute na Câmara Legislativa
Caso de intolerância religiosa repercute na Câmara Legislativa

Um caso de intolerância religiosa ocorrido no Rio de Janeiro nesta semana repercutiu na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta quarta-feira (17). Vários distritais condenaram o episódio, no qual uma menina de 11 anos foi atingida com uma pedrada quando saia de um culto do candomblé. Para combater o crescimento da intolerância religiosa, os deputados sugeriram a realização de uma audiência pública com as lideranças de várias religiões e a realização de uma campanha publicitária para esclarecer a sociedade sobre o problema.
O deputado Chico Vigilante (PT) disse que ficou irritado com o caso e lamentou que episódios semelhantes estejam se tornando comum. "Este tipo de intolerância é um crime e os responsáveis têm que ser punidos", defendeu. O deputado Rodrigo Delmasso (PTN), presidente da Frente Parlamentar da Diversidade Religiosa, considerou o caso estarrecedor e afirmou que todas as religiões precisam ser respeitadas. Para ele, casos de intolerância têm que dar cadeia.
Delmasso informou que a Frente já preparou um material contra a intolerância religiosa, que deverá estar disponível no próximo mês. O distrital sugeriu ainda a criação de um canal de denúncia para este tipo de violência.
O deputado Ricardo Vale (PT) disse que foi vítima na noite de ontem de intolerância, ao declarar-se contrário à retirada das questões de gênero no projeto do Plano Distrital de Educação (PDE). Para ele, aqueles que retiram direitos ou segregam determinado segmento estão contribuindo para gerar violência. "E o culpado são os que se utilizam da fé para disseminar o preconceito", sentenciou.
Vale sugeriu que a Câmara realizasse uma campanha publicitária contra a intolerância religiosa que, segundo ele, vem crescendo muito na cidade. Já o deputado Chico Leite (PT) pediu que a Frente Parlamentar assuma a defesa do respeito à diversidade religiosa, "conforme previsto na Constituição".
Ao final das intervenções, os deputados sugeriram a realização de uma audiência pública com líderes de todas as religiões existentes para discutir medidas contra a intolerância religiosa no DF.
CURTAS
Privatização – Outro tema abordado pelo deputado Chico Vigilante foi um decreto do governador Rodrigo Rollemberg, que trata da concessão ao setor privado do Parque da Cidade, de hospitais e de outros espaços públicos. O distrital disse que o decreto será publicado amanhã, mas já está assustando a cidade. "Com esta privatização, o usuário do Parque da Cidade terá que pagar para entrar? E como ficam os hospitais que passarem para as mãos de empresas?", questionou Vigilante. "Vamos realizar uma audiência pública para discutir este decreto e não vamos aceitar em hipótese nenhuma a privatização do parque", completou.
Água – O deputado Agaciel Maia (PTC) defendeu na sessão desta quarta a racionalização e otimização do uso de água no DF. Segundo ele, os recursos hídricos estão cada vez mais escassos e é necessária uma discussão mais profunda sobre o tema. Maia acredita que o disciplinamento do uso do solo, o controle da utilização de agrotóxicos e a racionalização dos sistemas de irrigação são medidas que podem ajudar. O deputado informou que promoverá nos próximos dias uma audiência pública para discutir o tema.
Servidor – Rodrigo Delmasso lembrou que hoje se comemora o Dia do Servidor Público Aposentado e pediu reconhecimento e agradecimento aos que trabalharam para servir a população do DF. Delmasso aproveitou para comemorar a retirada da urgência do projeto do Executivo que muda as regras da previdência local. Segundo ele, a proposta precisa ser amplamente discutida com sindicatos e representantes dos servidores.
CEB – O deputado Wellington Luiz (PMDB) criticou a ausência do presidente da CEB, Francisco Aurélio Sampaio Santiago, em debate realizado hoje na Câmara sobre a proposta de privatização da companhia. O parlamentar defendeu a convocação do presidente da empresa para esclarecer porque não compareceu ao debate. "Foi um desrespeito ao Parlamento e ao povo de Brasília", condenou.