(Autoria: Deputado Iolando)
Manifesta Moção de Louvor e Aplausos ao Jovem Iury Moraes, o primeiro surdo-cego a se formar na Universidade de Brasília – UNB.
Nos termos do art. 144, do Regimento Interno desta Casa, proponho aos nobres pares, a concessão de Moção de Louvor e Aplausos ao Jovem Iury Moraes, o primeiro surdo-cego a se formar na Universidade de Brasília – UNB.
JUSTIFICAÇÃO
Iury, 28 anos, graduado no curso de Língua Brasileira de Sinais – Português como Segunda Língua, em 2016, voltou à unidade escolar para cursar o mestrado profissional em Educação. Ele pretende desenvolver um projeto de pesquisa sobre o ensino de Português como segunda língua para surdo-cegos e outros grupos de pessoas com deficiência.
A ocorrência é produto de políticas públicas que garantem o acesso e permanência do educando com deficiência no sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo da vida, um direito subjetivo do cidadão com deficiência.
Não obstante, foi instituída em 2019, a política de acessibilidade nesta Universidade. Que estabeleceu medidas a serem adotadas no âmbito acadêmico e administrativo, entre elas, a adaptação às necessidades de processos seletivos para o ingresso e o acompanhamento de guias-intérpretes para a Libras. A acessibilidade oportunizou ao Iury o ingresso no mestrado, que depois que concluiu o curso de Língua Brasileira de Sinais – Português como Segunda Língua, ingressou em outra graduação: Licenciatura em Letras-Português do Brasil como Segunda Língua, no Departamento de Linguística. Mas ele tinha uma meta e, então, decidiu trancar o curso para se dedicar ao mestrado, tendo em vista seu objetivo maior: de ser professor.
Segundo o mestrando, os planos para o futuro ainda incluem apoiar projetos, trabalhar com audiodescrição e Libras. Em suas palavras de encorajamento para as pessoas com deficiência que gostariam de trilhar a carreira acadêmica: “Para todo esse grupo, eu quero falar: o mestrado é uma experiência diferente e precisa de acessibilidade. Eu já fiz outros vestibulares. Com acessibilidade? Não, muito ruins! Eu tive que lutar para conseguir”. “Não podemos desistir nunca. Precisamos sonhar sempre, profundamente, para que esses sonhos se tornem realidade, é um direito nosso”. Concluiu o rapaz.
Iury que entende por meio do tato, ao saber da sua aprovação, festejou. A festa foi regada de pizzas e champagne. “Eu gostei muito”, recordou o novo discente. “É muito importante um surdo-cego ocupar esse espaço, abre uma nova possibilidade”.
Segundo a Lei Brasileira de Inclusão - LBI e a Lei do Estatuto da Pessoa com Deficiência do DF, assegura a educação de qualidade à pessoa com deficiência. Portanto, é incumbência do poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar o Sistema Educacional Inclusivo.
Ante o exposto, em reconhecimento pela dedicação e esforço do jovem Iury, peço apoio aos nobres pares para a aprovação desta moção.
Sala das Comissões, em 02 de agosto de 2022.
IOLANDO
Deputado Distrital