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Sessão solene dá visibilidade aos 16 anos do Ibram

Publicado em 29/05/2023 13h08

Foto: Rinaldo Morelli/CLDF

Além das 82 unidades de conservação, o presidente do Instituto, Rôney Nemer, lembrou que o Ibram também atua para manter o produtor rural no DF como forma de combater a grilagem de terra

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou sessão solene na manhã desta segunda-feira (29) para render homenagem ao 16º Aniversário do Instituto Brasília Ambiental (IBRAM/DF). A reunião ocorreu por requerimento do deputado João Cardoso (Avante). O parlamentar fez questão de lembrar que é auditor-fiscal de Atividades Urbanas da Carreira Ambiental desde 1993. “Éramos apenas 30 auditores concursados, um órgão pequeno, mas que desde então contribuiu muito. Criou-se a consciência da importância de cuidar do meio ambiente. Hoje temos um órgão que foi se modernizando e hoje tem um corpo técnico muito qualificado”, afirmou o deputado.

“A questão técnica avançou muito. Antigamente, a gente tinha que ir sempre in loco para verificar. Hoje temos a tecnologia e os técnicos acompanham o desmatamento por satélite. Mas ainda podemos melhorar muito. Por isso, coloco meu mandato à disposição. O mandato João Cardoso, gabinete 6 é igual a meio ambiente, igual a Ibram”, disse Cardoso.

João Cardoso registrou ainda que o trabalho do Ibram é fundamental para toda a sociedade. “Fui presidente de vários EIA-Rima [Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental], e hoje passo em muitos locais onde havia várias exigências desses estudos e de relatórios que não foram cumpridas. Isso faz muita diferença. Por exemplo, os alagamentos na Asa Norte não existiam e nós sabemos de onde veio, há muitas exigências ambientais que não foram cumpridas. O DF é um quadrado pequeno e temos o cerrado. A cidade precisa crescer, mas de uma forma ordenada e tenho certeza de que o Ibram faz parte desse processo”, declarou o parlamentar.

Por fim, o deputado também falou sobre a importância dos parques para a preservação ambiental e para a qualidade de vida da população.
 

 

“Eu não acreditava que os parques aconteceriam. O primeiro foi o Parque Olhos D’água. Depois o de Sobradinho, o Jequitibá [Parque Ecológico dos Jequitibás]. Eu olhava aquele tanto de lixo que tinha no lugar em que eu tomava banho de córrego quando criança e falava: não acredito. Hoje levei meus filhos e também minha netinha para ir ao parque. Todas as vezes que chego lá, digo que duvidei e hoje os parques são realidade. Sabemos que ainda existem muitos para implantar. Mas a qualidade de vida muda totalmente. O Jequitibá é uma referência”, concluiu Cardoso.

O ex-presidente do Brasília Ambiental, Gustavo Souto Maior, ressaltou que considera o Ibram como um filho. “Sempre digo que considero o Ibram como filho, que ajudei a gerar e a dar os primeiros passos. Deu muito trabalho nos seus anos iniciais de vida. Fui presidente nos primeiros quatro anos de vida do Ibram, entre 2007 e 2010. Enfrentamos uma série de resistências que ainda existe no setor público em relação ao setor ambiental. Não existe sociedade desenvolvida no mundo que não tenha um setor ambiental governamental forte. E hoje o Ibram é referência no DF e também em nível nacional. O descaso com a questão ambiental representa um prejuízo a médio e longo prazo. O Ibram é um órgão estratégico no GDF”, afirmou o ex-consultor legislativo da CLDF e primeiro presidente do Ibram.

O presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer, registrou que o Ibram tem 82 unidades de conservação e isso mostra o tamanho do trabalho realizado pelo instituto. Segundo ele, os servidores do órgão têm papel fundamental para ajudar nesta missão institucional. “Chegamos e priorizamos os cargos técnicos com servidores técnicos. Sou servidor aposentado e sei o quanto somos importantes. Nós somos governo, os políticos estão governo, eles passam. Nós só passamos quando aposentamos. O Ibram realiza um trabalho importante. Por exemplo, para lançar a pavimentação da DF-220, os técnicos tiveram um trabalho hercúleo para dar a licença ambiental e colocar as condicionantes, mas na hora do lançamento, não se fala do órgão”, afirmou o ex-deputado distrital e federal.

Além disso, Rôney lembrou que o Ibram também está atuando para manter o produtor rural no DF como forma de combater a grilagem de terra. “No estado vizinho, muitas vezes é quatro vezes menos que pagam para criar gado, por exemplo. Estamos andando em várias unidades, junto com a Emater, e trabalhando nessa questão, inclusive abrindo mão de algumas receitas nossas, para manter o produtor rural no DF e ajudar a combater a grilagem”, contou o presidente atual.

Por fim, Nemer afirmou que é preciso tornar o trabalho do Ibram ainda mais visível. “Diversas vezes vamos para a inauguração de um parque, que foi concebido por compensação ambiental, e o Brasília Ambiental não é lembrado para falar. A gente precisa tirar essa invisibilidade do Ibram”, afirmou Rôney.

A superintendente de Fiscalização, Auditoria e Monitoramento do Ibram, Simone Moura, relatou a sensação de pertencimento com o instituto. “Quando cheguei, senti acolhimento. As pequenas coisas geram mudanças grandes. Essa sensação de pertencimento faz a gente querer estar, fazer e ter oportunidade de mudar. Agradeço a oportunidade de estar na superintendência. Pela primeira vez, uma mulher ocupa esse cargo. Junto com a Marcela e a Natália, somos três mulheres na superintendência. Estamos dando nossa contribuição para levar o Ibram cada vez mais à frente”, disse Simone.

Já o ex-presidente do Brasília Ambiental, Nilton Reis, relembrou as diversas missões do instituto em conservação, fiscalização e educação ambiental. Ele se disse orgulhoso de fazer parte dessa história. “Lembro que o Correio Brasiliense tinha um espaço chamado Ibram, a lenda. Isso porque se referia ao fato de haver um concurso válido, mas que não nomeava. E a gente deu posse aos fiscais, se não me engano, foram 19, e também aos analistas. É grande o orgulho de um dia ter sido presidente do Ibram”, falou Nilton.
 


Por sua vez, a presidente da Associação dos Auditores Fiscais de Controle Ambiental do DF (Aficam), Lygia Vicente Rondelle da Costa, destacou a importância da pauta ambiental no país e internacionalmente, reforçando a necessidade de órgãos públicos preparados para a questão. “Assim como a pauta socioambiental é tão importante no seio da sociedade, os órgãos ambientais que operacionalizam essa pauta também precisam ganhar esse lugar de destaque. Para isso, também precisamos melhorar nossas estruturas para conseguir cumprir essa missão”, disse Lygia.

O presidente da Associação dos Servidores do Ibram (Asibram), Alex de Oliveira Costa, lembrou que as carreiras do instituto contam também com técnicos e analistas, responsáveis pelas atividades-meio. “Aprendemos muito com os colegas das atividades-fim. A gente, que é da área meio, aprendeu a gostar e amar o meio ambiente. Somos uma das três principais carreiras do Ibram, [junto com as carreiras fiscais e a de planejamento urbano e infraestrutura do DF]. Quero deixar aqui o agradecimento a todos os servidores que representam o meio ambiente”, disse Alex.

O analista de Atividades do Meio Ambiente, Ricardo Roriz reiterou o compromisso do Ibram como guardião da sustentabilidade. “Toda vez que vejo alguém falando que o Ibram é um entrave, sei que a pessoa ou aquela instituição não tem compromisso com as futuras gerações. Quem tem esse compromisso, enxerga o Ibram como aliado e parceiro porque sabe que se não tivermos o Ibram para estabelecer medidas mitigadoras, condicionantes, fazer o monitoramento e o acompanhamento, aquilo vai gerar uma atividade que logo terá fim”, afirmou o analista.

Ao fim da solenidade, foram entregues moções de louvor por ocasião do aniversário do Ibram.

Francisco Espínola - Agência CLDF