Distritais denunciam violações de clínica de reabilitação no Lago Oeste
Distritais denunciam violações de clínica de reabilitação no Lago Oeste
Outra unidade do mesmo grupo sofreu incêndios com cinco vítimas fatais em agosto
Foto: Carolina Curi/Agência CLDF

Os distritais Fábio Felix (Psol) e Gabriel Magno (PT) subiram à tribuna do Plenário da CLDF nesta terça-feira (16) para repudiar as condições da clínica de reabilitação da Comunidade Terapêutica Liberte-se no Lago Oeste. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, Felix relatou que participou hoje de força-tarefa para vistoriar a unidade com a deputada federal Erika Kokay, o Conselho Regional de Psicologia e o Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura.
“As cenas que vi hoje me deixaram muito triste. Eu já fui em presídio; sou assistente social do sistema socioeducativo; já visitei uma série de unidades hospitalares, inclusive no auge da Covid, mas o que testemunhei na clínica do Lago Oeste foi inédito em relação à falta de dignidade das pessoas”, lamentou o deputado, que enfatizou que a mensalidade para a internação é de R$ 1.700.
A instituição privada voltada à recuperação de adictos de álcool e drogas foi palco de uma tragédia no último dia 31 de agosto: outra unidade do grupo, situada no Paranoá, sofreu um incêndio que resultou em cinco vítimas fatais e 11 feridos.
Felix relatou que na unidade do Lago Oeste faltam profissionais, há superlotação, a alimentação é insuficiente e inadequada, internos não podem receber visitas e são trancados à noite para que não saiam da clínica. O distrital ainda apontou que após a visita da força-tarefa, mais de 50 pacientes foram à delegacia de Sobradinho para prestar queixas contra a instituição. Também informou que o Ministério Público está ciente e tomando providências.

Por sua vez, Magno explicou que acompanha o caso por meio da Frente Parlamentar em Defesa da Atenção à Saúde Mental da Casa. O parlamentar defendeu que é urgente que o estado regule e fiscalize as comunidades terapêuticas e ressaltou que são diversas as denúncias de cárcere privado e tortura.
"É preciso fortalecer a rede de atenção psicossocial, contratar mais profissionais para os hospitais gerais e os centros de apoio espalhados pela cidade. Porque a oferta hoje é insuficiente e estamos vendo as famílias desesperadas tendo que recorrer a instituições com violações graves de direitos humanos”, clamou Magno.
Daniela Reis (Agência CLDF)
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