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Distritais denunciam violações de clínica de reabilitação no Lago Oeste

Outra unidade do mesmo grupo sofreu incêndios com cinco vítimas fatais em agosto
Publicado em 16/09/2025 18h10

Foto: Carolina Curi/Agência CLDF

Os distritais Fábio Felix (Psol) e Gabriel Magno (PT) subiram à tribuna do Plenário da CLDF nesta terça-feira (16) para repudiar as condições da clínica de reabilitação da Comunidade Terapêutica Liberte-se no Lago Oeste. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, Felix relatou que participou hoje de força-tarefa para vistoriar a unidade com a deputada federal Erika Kokay, o Conselho Regional de Psicologia e o Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura.  

“As cenas que vi hoje me deixaram muito triste. Eu já fui em presídio; sou assistente social do sistema socioeducativo; já visitei uma série de unidades hospitalares, inclusive no auge da Covid, mas o que testemunhei na clínica do Lago Oeste foi inédito em relação à falta de dignidade das pessoas”, lamentou o deputado, que enfatizou que a mensalidade para a internação é de R$ 1.700. 

A instituição privada voltada à recuperação de adictos de álcool e drogas foi palco de uma tragédia no último dia 31 de agosto: outra unidade do grupo, situada no Paranoá, sofreu um incêndio que resultou em cinco vítimas fatais e 11 feridos. 

Felix relatou que na unidade do Lago Oeste faltam profissionais, há superlotação, a alimentação é insuficiente e inadequada, internos não podem receber visitas e são trancados à noite para que não saiam da clínica. O distrital ainda apontou que após a visita da força-tarefa, mais de 50 pacientes foram à delegacia de Sobradinho para prestar queixas contra a instituição. Também informou que o Ministério Público está ciente e tomando providências. 
 

Deputado Gabriel Magno (Foto: Carol Curi/Agência CLDF)


Por sua vez, Magno explicou que acompanha o caso por meio da Frente Parlamentar em Defesa da Atenção à Saúde Mental da Casa. O parlamentar defendeu que é urgente que o estado regule e fiscalize as comunidades terapêuticas e ressaltou que são diversas as denúncias de cárcere privado e tortura. 

"É preciso fortalecer a rede de atenção psicossocial, contratar mais profissionais para os hospitais gerais e os centros de apoio espalhados pela cidade. Porque a oferta hoje é insuficiente e estamos vendo as famílias desesperadas tendo que recorrer a instituições com violações graves de direitos humanos”, clamou Magno. 

Daniela Reis (Agência CLDF)