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Comissão aprova programas de assistência para doença rara

Colegiado deu aval para criação de Assistência Especializada em Epidermólise Bolhosa, além de programa de combate às doenças tropicais negligenciadas (NTN)
Publicado em 14/10/2025 13h21

Foto: Ângelo Pignaton/ Agência CLDF

Membros da Comissão de Saúde (CSA) da Câmara Legislativa aprovaram o PL nº 1209/2024, proposto pelo deputado Robério Negreiros (PSD), que institui a política distrital de assistência especializada em epidermólise bolhosa (EB) na rede pública de saúde.

A EB compreende um grupo de doenças raras não transmissíveis, com causas genéticas ou autoimunes. É incurável. Diagnosticada por biópsia, a principal característica é o aparecimento de bolhas na pele e nas membranas mucosas, espontâneas ou desencadeadas por qualquer atrito cotidiano.

“Estima-se que cerca de 500 mil pessoas em todo o mundo tenham a doença, já no Brasil não há dados precisos, mas se calcula que sejam aproximadamente 800 pessoas acometidas. O Hospital Universitário de Brasília (HUB) é referência nacional e mundial na área. Já o Centro de Referência em Doenças Raras funciona atualmente em espaço limitado no Hospital de Apoio de Brasília e há investimento em curso para construção de estrutura mais adequada. São frequentes as notícias na imprensa de falta de medicamentos e curativos para esses pacientes. Os impactos da doença sobre pacientes e familiares são extremos em razão do grau de sofrimento que ela impõe, além da alta demanda por tratamento especializado”, destacou o relator da matéria, deputado Gabriel Magno (PT).

Entre os objetivos da proposta está tornar o Distrito Federal uma referência em tratamento de epidermólise bolhosa, assim como, divulgar informações sobre a doença, facilitar o diagnóstico e reunir voluntários para apoiar as famílias de quem tem a enfermidade.

A rede pública deve oferecer consultas, exames diagnósticos, curativos, medicamentos, suplementos e acompanhamento genético para os pacientes e seus familiares, além de atendimento especializado com equipe multidisciplinar treinada especificamente para a patologia.

O PL 1209 foi aprovado com quatro votos favoráveis da deputada Dayse Amarilio (PSB) e dos deputados Gabriel Magno, Martins Machado (Republicanos) e Pastor Daniel de Castro (PP). Ainda deve passar pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) e pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ser apreciado em plenário.

DTNs

A Comissão de Saúde aprovou ainda o PL nº 700/2023, que institui diretrizes para a criação do programa de combate às doenças tropicais negligenciadas (DTNs). Também apresentada pelo deputado Robério Negreiros, a proposta tem por objetivo prevenir, controlar e reduzir a incidência causada por agentes infecciosos ou parasitários em todo o Distrito Federal.

O texto determina que são consideradas como doenças tropicais: malária, dengue, leishmaniose, esquistossomose, doença de chagas, filariose linfática, oncocercose, hanseníase, tuberculose, zica e Chikungunya. O projeto deixa claro que esse é um rol exemplificativo e não taxativo, ou seja, essas enfermidades citadas não limitam a inclusão de outras doenças. “A implantação [dessa política] representa não apenas uma medida de saúde pública, mas também uma estratégia econômica”, declarou o deputado Pastor Daniel de Castro, relator da proposta na CSA.

Parto humanizado

O colegiado da CSA também aprovou o PL nº 1085/2024, que institui e inclui no calendário oficial do Distrito Federal o dia da Marcha pelo parto Humanizado, a ser comemorado no dia 17 de junho de cada ano. A proposta é da deputada Dayse Amarilio.

Placas sobre AVC

Os membros da Comissão também deram seu aval para o PL nº 1.248/2024, de autoria do deputado Pastor Daniel de Castro, que torna obrigatória a colocação em locais públicos e privados de grande circulação de pessoas de placas informativas sobre como identificar um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

“Salvar vidas é a coisa mais importante que há. Às vezes uma coisa tão simples como uma placa pode fazer você salvar uma vida. É uma medida preventiva que atende ao dever do Estado de garantir a redução do risco de doenças e outros agravos”, disse Daniel de Castro.

Francisco Espínola - Agência CLDF