CLDF homenageia monitores educacionais
CLDF homenageia monitores educacionais
Foto: Rinaldo Morelli/Agência CLDF

Em sessão solene na manhã desta quarta-feira (25), a Câmara Legislativa do Distrito Federal homenageou os monitores educacionais do DF. A cerimônia, presidida pelo deputado Jorge Vianna (PSD), reuniu os profissionais da educação que compartilharam os desafios da atividade e frisaram a necessidade de melhores salários, nomeação de concursados e aprovação de um plano de reestruturação de carreira.
O evento celebrou antecipadamente o Dia do Monitor Educacional, comemorado em 31 de julho. A data foi instituída pela Lei 7.658/2025, de autoria de Vianna, e entrou em vigor em abril deste ano. A antecedência da homenagem ocorreu devido ao período de recesso parlamentar que abrange todo o mês de julho e impossibilita a realização de eventos na Casa.
Durante o encontro, Vianna convocou educadores sociais voluntários e monitores educacionais para uma audiência pública, em 12 de setembro, para debater os desafios enfrentados por ambas as categorias e traçar estratégias para solucionar os impasses. O parlamentar enfatizou a importância de avaliar questões orçamentárias e condições de trabalho dos profissionais. “Tudo que acontece no ambiente escolar tem que ser discutido em todas as esferas, em todos os níveis e graus de ideologia política”, reforçou.

Ensino inclusivo
No Distrito Federal, a rede pública de ensino conta com 1.426 monitores educacionais ativos e cerca de 7.300 educadores sociais voluntários, que auxiliam em atividades de cuidado, higiene e assistência. Edilson Barbosa, presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil (Moab), ressaltou a importância do suporte que os profissionais de ensino oferecem a estudantes com deficiência, sendo vitais para o desenvolvimento e bem-estar dos alunos. Barbosa também frisou a necessidade de reconhecimento financeiro e de carreira das categorias.
“O monitor educacional e o educador social voluntário são duas categorias sem valorização no Distrito Federal e eles são tão importantes para as pessoas com deficiência”, destacou Barbosa. “Os professores e professoras não conseguem dar aula sem o apoio de vocês, mesmo com a turma reduzida que é um direito. Essa é uma categoria que tem que ser respeitada, valorizada e com salários dignos”, salientou.
Rafael Carvalho, representante da Associação de Monitores (AMO-DF), enfatizou que a educação é um esforço coletivo para a construção de um ambiente escolar que atenda com qualidade todas as necessidades dos estudantes.“Não é apenas o professor que faz a educação, mas também todos os profissionais que ali estão, desde o porteiro, a merendeira até os monitores. Muitas vezes, nós que sabemos a peculiaridade do aluno, o momento que um aluno autista vai desregular e que precisamos intervir para não expor ele a uma situação de risco”, frisou.

“Só nós sabemos das dificuldades, tudo aquilo que passamos no dia a dia nas escolas, dos assédios que sofremos por parte de alguns colegas. Não é um serviço fácil, psicológica e emocionalmente. Desgasta muito, acaba com a gente. Mas nós estamos ali em prol daquilo que lutamos tanto para fazer, que é cuidar dos nossos estudantes com deficiência.” — Sérgio Dionísio, diretor de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores em Escolas Públicas do Distrito Federal (SAE-DF) e monitor educacional do Centro de Ensino Especial 01 de Taguatinga
Precarização
Segundo Valéria Nunes Magalhães, diretora da Escola Classe 206 de Santa Maria, atribuições que seriam de responsabilidade de monitores educacionais concursados são delegadas aos educadores sociais voluntários, que enfrentam condições de precarização sem direitos trabalhistas e desempenhando funções essenciais de apoio e cuidado direto aos alunos com deficiência. A diretora também apontou a dependência do sistema escolar de trabalho voluntário para suprir demandas cruciais.
“Nós temos, hoje, quatro monitores para onze educadores sociais voluntários, que assumem o papel de monitor, todavia, sem direito nenhum e com agravante: para conseguir o educador voluntário social, nós temos que escanear toda a documentação dos alunos e provar que eles precisam daquele profissional”, relatou a diretora.

O deputado Jorge Vianna criticou a precarização dos educadores voluntários sociais, destacando a insegurança financeira que afeta a vida pessoal e profissional da categoria. “Como fica a relação de trabalho de uma pessoa que é temporária? Não pode casar, comprar um apartamento ou um carro porque não sabe se vai ter dinheiro para bancar isso. É um tipo de assédio essa pressão psicológica que o Estado faz, porque ele é sistemático, não tem fim.”
Ao fim da solenidade, os homenageados receberam moções de louvor como forma de reconhecimento pela dedicação à educação do Distrito Federal. A solenidade desta quarta-feira (25) foi transmitida na TV Câmara Distrital, nos canais 9.3 (aberto), 11 da NET/Claro e 09 da Vivo, e pode ser reassistida no canal da CLDF no YouTube.
Agência CLDF