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DCL n° 090, de 06 de maio de 2025
Prazos para Emendas 1/2025
Várias. Comissões
PRAZO DE EMENDAS
EMENDAS DE MÉRITO
PROJETO DE LEI nº 1.372/2024, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s FÃBIO FELIX, que Altera a Lei nº
4.757, de 14 de fevereiro de 2012, que institui o Eixão do Lazer
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 05/05/2025 Último Dia: 09/05/2025
PROJETO DE LEI nº 1.498/2025, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s PASTOR DANIEL DE
CASTRO, que Cria o Cadastro Distrital de Condenados e Investigados por Pedofilia ou
Crimes Contra Menores no âmbito do Distrito Federal.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 30/04/2025 Último Dia: 08/05/2025
PROJETO DE LEI nº 1.610/2025, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s PASTOR DANIEL DE
CASTRO, que Estabelece diretrizes para a disponibilização de protetores auriculares a
crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na rede pública de ensino do
Distrito Federal.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 30/04/2025 Último Dia: 08/05/2025
PROJETO DE LEI nº 1.696/2025, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s JOAQUIM RORIZ NETO, que Dispõe
sobre a orientação do posicionamento adequado de recém-nascidos e bebês durante o
sono como medida preventiva à SÃndrome da Morte Súbita Infantil e dá outras
providências.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 28/04/2025 Último Dia: 06/05/2025
PROJETO DE LEI nº 1.697/2025, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s IOLANDO, que Dispõe sobre a
inclusão obrigatória de conteúdos sobre neurodiversidade e Transtorno do Espectro
Autista (TEA) no currÃculo das instituições de ensino do Distrito Federal e dá
outras providências.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 28/04/2025 Último Dia: 06/05/2025
PROJETO DE LEI nº 1.698/2025, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s IOLANDO, que Institui o Programa
de Formação Especializada para Educadores da Rede Pública de Ensino do Distrito
Federal, com foco em práticas pedagógicas inclusivas para estudantes com Transtorno
do Espectro Autista (TEA), e dá outras providências.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 30/04/2025 Último Dia: 08/05/2025
PROJETO DE LEI nº 1.700/2025, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s ROOSEVELT, que Altera a Lei nº
3.361, de 15 de junho de 2004, que "Institui reserva de vagas, nas universidades e
faculdades públicas do Distrito Federal, de, no mÃnimo, 40% (quarenta por cento) por
curso e por turno, para alunos oriundos de escolas públicas do Distrito Federal", e
dá outras providências.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 30/04/2025 Último Dia: 08/05/2025
PROJETO DE LEI nº 1.703/2025, do PODER EXECUTIVO, que Autoriza o Poder Executivo a
proceder a doação de imóveis que especifica, pertencentes ao patrimônio do Distrito
Federal, Ã Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal - CODHAB e
dá outras providências.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 28/04/2025 Último Dia: 06/05/2025
PROJETO DE LEI nº 1.704/2025, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s PASTOR DANIEL DE
CASTRO, que Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de câmeras de segurança em
Instituições de Longa Permanência para Idosos – ILPIs, públicas e privadas, no
âmbito do Distrito Federal, e dá outras providências.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 28/04/2025 Último Dia: 06/05/2025
PROJETO DE LEI nº 1.712/2025, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s CHICO VIGILANTE, que Dispõe
sobre a obrigatoriedade de oferta de alimentação segura para pessoas celÃacas nos
hospitais do Distrito Federal e dá outras providências.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 06/05/2025 Último Dia: 12/05/2025
PROJETO DE LEI nº 1.713/2025, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s IOLANDO, que Institui a PolÃtica
Distrital de Recuperação de Ãreas Degradadas e Serviços Ecossistêmicos – PRAD-DF,
define fontes de financiamento e dá outras providências.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 06/05/2025 Último Dia: 12/05/2025
PROJETO DE LEI nº 1.714/2025, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s IOLANDO, que Institui e inclui
no Calendário Oficial de Eventos do Distrito Federal o Dia do Operador do Transporte
Escolar a ser celebrado anualmente no ultimo domingo de junho.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 06/05/2025 Último Dia: 12/05/2025
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR nº 72/2025, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s PASTOR DANIEL DE
CASTRO, que Altera a Lei Complementar nº 840, de 23 de dezembro de 2011, que “Dispõe
sobre o regime jurÃdico dos servidores públicos civis do Distrito Federal, das
autarquias e das fundações públicas distritais.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 06/05/2025 Último Dia: 12/05/2025
EMENDAS DE ADMISSIBILIDADE
PROJETO DE LEI nº 1.474/2024, do(a)s Sr(a)s Deputado(a)s PASTOR DANIEL DE
CASTRO, que Institui e inclui no calendário oficial de eventos do Distrito Federal a
“Corrida Contra o FeminicÃdio e a Violência Contra as Mulheres†e dá outras
providências.
PRAZO PARA EMENDAS 1º Dia: 30/04/2025 Último Dia: 08/05/2025
NOTA - De acordo com os arts. 163 e 286, RICLDF, o prazo para apresentação de emendas junto à s
comissões é de 5 dias úteis.
Diretoria Legislativa
Setor de Apoio às Comissões Permanentes
RAFAEL ALEMAR
Chefe do SACP
Documento assinado eletronicamente por RAFAEL MARQUES ALEMAR - Matr. 23072, Chefe do Setor de
Apoio às Comissões Permanentes, em 05/05/2025, às 13:34, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n°
51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site:
http://sei.cl.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
Código Verificador: 2122882 Código CRC: 036FCE79.
DCL n° 092, de 07 de maio de 2025 - Suplemento
Ata Circunstanciada Sessão Ordinária 33/2025
Ata de Sessão Plenária
3ª SESSÃO LEGISLATIVA DA 9ª LEGISLATURA ATA CIRCUNSTANCIADA DA DE 24 DE ABRIL DE 2025. | |
INÍCIO ÀS 15H01 | TÉRMINO ÀS 17H24 |
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Sobre a mesa, expediente que será lido por mim.
(Leitura do expediente.)
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – De acordo com a aprovação do Requerimento nº 1.861/2025 e conforme art. 131, § 4º, está aberta a sessão ordinária, que se transforma em comissão geral para a realização de debates sobre as Jornadas do Patrimônio Cultural.
Convido as senhoras e os senhores deputados, bem como todos e todas que desejarem a participar do debate em plenário. Já anuncio a ilustríssima presença da nossa ex-deputada e ex-vice-governadora Arlete Sampaio.
Suspendo a comissão geral.
(A comissão geral é suspensa.)
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – A comissão está reaberta.
Reiniciamos os nossos trabalhos. Solicito, por gentileza, à TV Câmara Distrital que retome a transmissão.
Quero dar as boas-vindas a todas e todos os presentes nesta comissão geral destinada a debater as Jornadas do Patrimônio Cultural.
Convido para compor a mesa as seguintes pessoas: o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan, Leandro Grass; a presidenta de honra do Partido dos Trabalhadores, ex-deputada distrital por 3 mandatos nesta casa, ex-vice-governadora, Arlete Sampaio; a representante da Gerência de Educação Ambiental, Patrimonial, Língua Estrangeira e Arte-Educação da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal e responsável pelas Jornadas do Patrimônio, Vanessa Nascimento; e o representante de um setor cultural muito importante da nossa cidade, Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, o cidadão honorário de Brasília Tico Magalhães. (Palmas.)
Informo que está aberto o canal do YouTube da Câmara Legislativa para quem estiver assistindo a esta comissão geral e quiser fazer comentários pelo chat, o bate-papo do nosso canal.
Primeiro, agradeço a presença de todos. Quero dizer que um dos objetivos desta comissão geral é fazer parte do processo de celebração dos 65 anos de Brasília. Vamos fazer debates importantes sobre o que foram esses 65 anos, quais os desafios da construção desta cidade tão importante e capital do nosso país.
Eu tenho dito, Arlete e Leandro, que precisamos pensar em Brasília e no seu futuro a partir da sua história, para a qual, vou dizer assim, houve um processo de constituição e de desenvolvimento que foi interrompido pela ditadura militar, que deixou marcas muito profundas na cidade. Tenho falado isso em alguns lugares, principalmente quando fazemos o recorte do processo do desenvolvimento cultural do Distrito Federal e de Brasília, mas também levando em conta sua característica de ser a capital do país.
Brasília, com 4 anos de vida, durante seu desenvolvimento e sua dinâmica de organização, teve esse processo interrompido pelo golpe da ditadura militar. A transferência da capital, do ponto de vista administrativo e político, consolidou-se nos seus primeiros 4 anos, mas o golpe interrompeu a transferência cultural da capital, e não foi prioridade dos anos de chumbo da ditadura terminar esse processo. Até hoje vivemos reflexos disso no dia a dia da cidade.
O que aconteceu no 8 de janeiro é também um reflexo disso do ponto de vista de uma cidade que não incorporou na sua dinâmica de vida os próprios equipamentos culturais para começar esse processo material.
A transferência da capital não foi completa. Não veio para cá, nesse processo, a transferência, por exemplo, da Biblioteca Nacional, que ainda está em processo. Há uma biblioteca na cidade, mas com um acervo muito limitado.
Com relação ao Museu Nacional, demoraram quantos anos para o prédio ser entregue? E a cidade ainda enfrentou muitas dificuldades do ponto de vista da organização da política cultural, de haver exposições permanentes, de ser um espaço à altura da capital de um país.
Há ainda o Teatro Nacional, que ficou fechado tantos anos e cuja reabertura de suas salas ainda está em processo. Há um déficit enorme, no Distrito Federal como um todo, de equipamentos culturais, principalmente fora do centro. No centro já há um déficit grande, mas fora do centro do Distrito Federal é ainda maior a falta de equipamentos culturais para que tenhamos de uma maneira muito consistente, democrática, republicana, popular, uma política cultural que valorize os artistas, produtores, mas também envolva o conjunto da população do Distrito Federal nesse processo.
Não é, na minha opinião, coincidência vermos nas próprias festas oficiais, em reportagens de jornais – foi até um motivo de crítica importante no aniversário de 65 anos de Brasília –, o registro de como a paisagem da Esplanada se altera durante os eventos.
Brasília se transformou na cidade das tendas. A falta de equipamento cultural está nos levando a uma situação que é ser a cidade das tendas. Precisa-se de tendas para suprir os equipamentos, os espaços públicos; para que tenhamos a expressão da cidade, a expressão popular, a expressão das tradições culturais, do território. Nós vivemos um pouco disso também no Carnaval deste ano.
Obviamente, do ponto de vista numérico das festas, da população, de quantas pessoas participaram, a incidência que tem baixado (sic) do ponto de vista da segurança pública... Mas nós estamos esquecendo a territorialidade, questão que é fundamental para o processo da cultura, da ocupação do território público, do espaço público. Acho que são questões e consolidações que são importantes.
Estava dizendo que o processo de transferência cultural da capital é uma coisa que me chama a atenção. Eu estava refletindo sobre isso esses dias, já que nos feriados recebemos parentes. Parente, quando vem para cá, gosta de conhecer os espaços, então nós os levamos aos lugares. Nós estamos falando da capital do Brasil.
Algo que acontece em todas as capitais do mundo, quando você vai conhecer algum lugar, é que você quer ir ao museu conhecer a história do país, a história da cidade. Eu fiquei me perguntando: qual museu em Brasília conta a história do Brasil? Qual museu, nesta cidade, hoje, conta a história do próprio Distrito Federal, da própria construção de Brasília?
Essa demanda também passa por um processo mais organizado da constituição das manifestações culturais. Eu acho que este é um dos motivos pelo qual realizamos esta comissão geral: pensarmos sobre o ponto de vista do patrimônio cultural e da política cultural mais geral – em que o patrimônio está inserido –, mas pensarmos com a sociedade civil, com o Iphan – o Leandro está à frente daquele órgão –, com o governo federal e o poder local.
Aqui está a Vanessa, representante da Secretaria de Educação na área de políticas públicas e responsável pelas Jornadas do Patrimônio.
Vanessa, as Jornadas do Patrimônio têm um papel muito importante nesse processo de educação patrimonial, levam esse debate e essa agenda para as escolas para começarmos essa conversa do ponto de vista do papel do patrimônio e da cultura na garantia da cidadania, da democracia, dos direitos sociais – é preciso entender cultura como direito social, como essa relação que temos com a cidade e com o nosso território. Isso faz parte de nossa consolidação como sociedade. É importante esse processo acontecer no dia a dia das escolas, com as nossas crianças e os nossos adolescentes
Esse é um desafio, inclusive, para as Jornadas do Patrimônio se consolidarem. Não queria falar “consolidar”, porque acho que elas já estão consolidadas do ponto de vista temporal – já são 12 anos de jornadas na rede. No entanto, ainda há a necessidade de ampliar a estrutura, de garantir mais professores e servidores dedicados a isso para haver mais condições materiais de chegar a mais pessoas. Acho que esse é um dos intuitos desta comissão geral.
Eu quero já encerrar minha fala para conceder a palavra para os nossos convidados e as nossas convidadas da mesa.
Antes, quero destacar, Leandro, o trabalho do Iphan, não só pelo projeto da revitalização da Praça dos Três Poderes, apresentado nesta semana, como também pelo enorme esforço do órgão – em decorrência dos atos praticados no 8 de janeiro – na restauração dos objetos que foram criminosamente depredados, vandalizados, destruídos na tentativa de destituição do governo por meio de um golpe de Estado, que foi o intuito de quem estava lá. Além disso, o Iphan também participa do processo de diálogo com relação à ocupação do espaço público, o que considero fundamental, pois preserva não só a democracia como garante ainda mais o exercício da cidadania e da liberdade na nossa cidade.
Eu não combinei com ninguém uma ordem de fala, a ordem será aleatória. Nós confiamos que cada um e cada uma que está nesta mesa dará conta do recado.
Tico, esse é um problema de quem domina a palavra e se sai bem: nós sempre damos a essa pessoa aquele voto de segurança. Como você já participou da sessão outras vezes e foi maravilhosa a sua abertura – o Seu Estrelo está, neste momento, nas Festas de Abrição –, eu vou abrir a nossa comissão geral com a sua fala, Tico Magalhães, nosso ilustre cidadão honorário de Brasília, do Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro.
Concedo a palavra ao Tico Magalhães.
TICO MAGALHÃES – Boa tarde. Primeiramente, agradeço o convite. Que honra estar nesta mesa! Boa tarde a todas e a todos da mesa.
É importante nós trabalharmos a questão do patrimônio do DF, da nossa cidade; é importante pensarmos e falarmos sobre isso. O que o deputado Gabriel Magno trouxe hoje é muito importante, porque nós temos um pensamento, uma ideia, um sonho de cidade; mas, com 4 anos, a cidade recebeu um golpe militar. Acho que o próprio imaginário da cidade muda.
Muitas vezes, é difícil reverter esse imaginário, porque foram vários anos de uma ideia de cidade passada para nós. Simplesmente não houve vazão a uma coisa que eu acho que era um pensamento grande relacionado a cidade, que era esse cruzo: a cidade que se cruza, pessoas de tantos cantos e com tantas culturas em um lugar, essa possibilidade de trazer tantas pessoas de tantos lugares.
Eu acho que Brasília tinha quase uma obrigação de oferecer para o país, nesse cruzo, outras possibilidades de cultura, outras possibilidades de tradições, porque este país inteiro vinha para cá para construir a cidade. Como quebramos um imaginário feito por uma ditadura? Eu acho que seria principalmente pela arte. A arte é o meio pelo qual conseguimos quebrar essa ideia, essa imagem, esse imaginário que foram colocados para nós nesse período em que a cidade, com 4 anos, ainda abrindo as asas, sofreu esse golpe.
Creio que a arte tem esse papel fundamental de fazer esse cruzo, de entender essa encruzilhada. Acho que, a partir daí, é preciso apoiar esses espaços que existem e entender essa cultura que já está viva nesta cidade.
Falamos muito das festas – o deputado Gabriel Magno trouxe o assunto novamente –, com essas tendas que vêm para a cidade. Muitas vezes é uma programação feita com artistas de fora, consagrados. Mas quem faz a cidade? Quem está costurando a cidade durante o ano inteiro?
Obviamente, o Teatro Nacional é uma obrigação nossa; toda vez que se referia à cultura, sempre se falava do Teatro Nacional. Contudo, eu posso citar vários grupos cujos espaços funcionam o ano inteiro. Se o Teatro Nacional não desse conta de tudo, esses outros grupos dariam conta da cultura popular. Espalhados por todo o DF, fazem cultura o ano inteiro. Então, temos que olhar mais para esses lugares para lhes dar apoio.
Temos que construir esta cidade como queremos que ela seja. Eu acho importante incentivarmos esse cruzo. O TT Catalão falava disso. Nós passávamos no Eixo Monumental e ele falava assim: “Este é o Eixo Monumental, esta é a grande encruzilhada do país”.
Vou falar um pouco do patrimônio. Eu acho que existe uma questão relacionada ao patrimônio. Quando pensamos em educação e patrimônio, vemos que a educação tem o objetivo de nos mostrar e nos ensinar a nossa sina. Ela nos apresenta o que estamos procurando ser. O patrimônio não nos deixa perder o que já somos. Enquanto a educação aponta o que podemos ser, o patrimônio não nos deixa perder o que já somos. Essa é a importância do patrimônio, essa é a importância de olharmos essas tradições, essas artes feitas na cidade.
O Fuá do Seu Estrelo virou patrimônio cultural imaterial ano passado, com essa ideia de invenção. Muita gente perguntava: “Mas como é esse reconhecimento?” Eu falei que o melhor desse reconhecimento é ver a cidade se reconhecendo em uma invenção, em uma brincadeira, em uma nova tradição.
Eu acho que juntar a educação e o patrimônio é fundamental para não perdermos o que somos e para que se apontem caminhos para procurarmos o que somos e o que queremos ser. (Palmas.)
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Muito bem.
Tico, você vai ser decretado, oficialmente, o primeiro a falar nas atividades. (Risos.)
Enquanto você estava falando, Tico, eu me lembrei do quanto são curiosas as contradições da dialética do mundo. Mesmo sem esquina, Brasília tem vocação para cruzar, para haver processos de cruzamentos, de pessoas, de culturas. Essa é uma das curiosidades tão incríveis desta cidade.
TICO MAGALHÃES – Sim. É preciso estimular isso. Novamente, eu acho que a arte tem esse papel, tem esse poder. Esses são espaços que estão aí, existindo, para os quais precisamos olhar, para inventarmos esta cidade que nós queremos. Precisamos procurar inventá-la.
Nós vivemos uma cidade sonhada e arquitetada. Temos que aprender a arquitetar outras possibilidades de cidade. Temos que aprender, com toda essa arquitetura, a arquitetar outras possibilidades de cidade, com mais cruzo, com mais diversidade. Sem diversidade não existe diversão, uma palavra está ligada à outra.
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Exatamente.
Obrigado, Tico.
Nós convidamos o secretário de Cultura, mas ele estava em outra atividade e não pôde comparecer. Registro a presença da Isa Macedo, diretora de Gestão dos Espaços Culturais, a quem convido a compor a nossa mesa, representando a secretária de Cultura. Obrigado, Isa, pela presença. (Palmas.)
Vanessa, quero só dizer, mais uma vez, que nós apresentamos um projeto de lei, que já foi aprovado e virou a Lei nº 7.468/2024. Foi de um risco enorme esse projeto de lei, porque ele alterava, ele modificava a lei da ex-deputada Arlete Sampaio – foi uma ousadia! (Risos.)
Nós tivemos que pedir permissão obviamente. A modificada é a Lei nº 5.080/2013, que institui as Jornadas do Patrimônio. A alteração que nós fizemos foi incluir as Jornadas do Patrimônio na legislação, no planejamento orçamentário do Distrito Federal.
Quando nós falamos de execução de política pública, esse é um tema no qual batemos muito no nosso mandato, nesta legislatura. Trata-se da necessidade de haver orçamento para as políticas acontecerem, porque, sem orçamento, nós fazemos um desenho e não conseguimos materializá-lo. Não conseguimos fazer as reformas, não conseguimos contratar gente nem pensar o processo. A nossa briga, agora, é para que o carimbo venha. Ele já está lá, já há a destinação, virou parte da peça orçamentária do Distrito Federal, mas ainda está sem recurso.
Neste ano, nós fizemos isso novamente. Isso facilita o processo de tentar, por meio das emendas parlamentares, apesar de estar longe de esse ser o modelo ideal de financiamento de uma política dessa natureza. Fazemos isso para minimamente tentarmos organizar, desenhar essa política para alcançar o máximo de escolas possível.
Agradeço e parabenizo o belíssimo trabalho à frente das Jornadas do Patrimônio.
Concedo a palavra à Vanessa Nascimento.
VANESSA NASCIMENTO – Agradeço a parceria em nome da equipe também. Agradeço o convite e me coloco como pessoa que faz parte dessa equipe, dessa comissão que organiza o evento.
Destaco o reconhecimento dessas pessoas que vêm trabalhando arduamente nos últimos anos. Nós enfrentamos cenários muito diferentes ao longo do ano. Aproveito a presença dos representantes da Secretaria de Cultura e do Iphan para dar nomes: João, Vinícius, Ana Carolina. Fizeram um excelente trabalho.
Na Secretaria de Cultura, há a Alessandra Bittencourt e a Beatriz Couto à frente do pensamento sobre as jornadas anualmente. Dentro da Geapla, a equipe de educação patrimonial: Líbia, Élcio, Juliane e Maria Paz compõem essa equipe. Conseguimos transformar as jornadas num ponto de encontro interinstitucional muito colaborativo, no qual realizamos com muita leveza os trabalhos dos últimos anos.
As Jornadas do Patrimônio, de fato, foram carinhosamente desenhadas e instituídas em 2013. Eu estou presente desde 2019, e parece que foi ontem. Acompanho as Jornadas do Patrimônio há 7 edições. Com o tempo, fomos desenhando um formato que envolve não apenas professores e estudantes, com foco na educação patrimonial, mas também técnicos e estudantes interessados nas múltiplas dimensões do patrimônio.
Durante a pandemia, adaptamos os encontros para um formato online. Acho que isso é um marco importante, porque, de certa forma, ampliamos nosso alcance. Apesar dos pesares da pandemia, vimos a possibilidade de virtualmente termos contato com pessoas de outros estados e até de outros países.
Posteriormente – e felizmente –, voltamos aos encontros presenciais. Com isso, ampliamos nosso escopo de ações com oficinas, em diversas regionais de ensino, feitas com professores e estudantes. Promovemos roteiros na cidade, tours guiados para destacar e valorizar a história e a presença negra no Distrito Federal. Incluímos apresentações culturais dentro da culminância, valorizando as manifestações do patrimônio local. Para nós, de certa forma, isso ratifica fortemente o desejo nos aproximarmos desses grupos, desses coletivos.
Em abril, este mês, já pensando no aniversário de Brasília, realizamos 6 oficinas em colaboração com a Secretaria de Educação, a Secec e o Iphan, fruto do planejamento ainda de 2024, com o tema Cerrado. Fizemos reflexões sobre meio ambiente, Cerrado e patrimônio.
Contamos nessas oficinas com alguns profissionais que se agregaram a nós como recursos humanos importantes. Tivemos uma oficineira, tivemos produção, tivemos uma pessoa que fez registro dessas oficinas. Isso alarga, potencializa e fortalece o nosso trabalho.
As jornadas, que antes aconteciam de forma concentrada em uma semana de agosto ou de outubro, agora têm tido desdobramentos importantes ao longo do ano, ocupando o calendário de uma forma muito viva e contínua.
Temos feito várias jornadas – no plural mesmo. É importante dizer que enfrentamos, todos os anos, alguns desafios – já mencionados pelo deputado Gabriel Magno – como o de garantir recursos orçamentários para que o planejamento e a execução das ações sejam viáveis.
A experiência tem nos mostrado que, quando há orçamento, conseguimos ampliar significativamente o alcance e a qualidade das jornadas. Por isso, nós defendemos também a criação de uma comissão anual – isso seria importante – cujos representantes componham a unidade SEI. Pensamos em uma unidade SEI para preservar um pouco dessa memória e a história das jornadas, para que não fique pulverizada. A ideia seria criar um grupo de trabalho para preservar essa memória, para que não se dilua, mas de uma forma muito institucional, pois acho que é um ganho que tivemos nos últimos anos.
Para 2025, temos um tema geral, que será voltado para as culturas populares – e culturas mesmo, no plural –, a fim de destacarmos as diversas manifestações que atravessam o tradicional, o urbano, o artesanal, o contemporâneo. Será uma oportunidade de dar também visibilidade para os saberes, práticas e expressões culturais, que, muitas vezes, ficam à margem das narrativas oficiais.
Convido vocês a acompanharem esse planejamento e esse cronograma que costumamos publicar no Instagram das Jornadas do Patrimônio, que é @jornadasdopatrimoniodf, onde costumamos colocar o nosso planejamento e a divulgação das ações.
Para finalizar, e já aproveitando esse espaço público e a live também que está acontecendo agora, quero divulgar uma ação de educação patrimonial, um projeto que é uma parceria entre a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Educação: o Projeto Territórios Culturais. Ele está com o edital aberto para professores e professoras da rede. Se você tem experiência com educação patrimonial, se você deseja atuar na área, receber e atender estudantes da rede em espaços culturais como Catetinho, Cine Brasília, Memorial dos Povos Indígenas e Museu Nacional da República, estão abertas as inscrições. Esperamos vocês.
É isso. Agradeço imensamente o convite, mais uma vez, e a parceria. Obrigada. (Palmas.)
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Muito bem, Vanessa.
Feito o convite. Acho que é importante destacar que houve lutas antes do edital. Esperamos, inclusive, que ele se amplie para haver mais servidores disponíveis.
Parabenizo a Secretaria de Educação e a Secretaria de Cultura, porque o edital é fundamental para garantir o exercício desses profissionais na ponta e para dar transparência para todo esse processo.
Fica feito o convite para quem está assistindo a esta comissão geral se inscrever. Vamos divulgar o edital nas escolas, para fortalecer a demanda na rede.
Vanessa, já está registrada essa ideia do grupo de trabalho. Vamos pensar juntos em como ajudar na instituição de um memorial da história e da trajetória das jornadas. Vamos ver como podemos, por meio da Câmara Legislativa do Distrito Federal, ajudar, viabilizar esse processo. Muito obrigado.
Registro a presença de Isabela Aquino, integrante do Fuá de Seu Estrelo; Andreia Augusta dos Santos, analista em políticas públicas e gestão educacional; Líbia Oliveira Nascimento, professora da equipe de educação patrimonial da Secretaria de Educação; e João Gabriel, analista de patrimônio do Iphan. Obrigado pela presença de vocês.
Aproveito que a Vanessa fez um convite para eu fazer outro convite. Nesta semana, amanhã ou, no máximo, sábado ou domingo, vamos lançar o sítio eletrônico da terceira edição do Prêmio Paulo Freire de Educação da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Nesta terceira edição, como na segunda, dedicamos um dos eixos do prêmio para a educação patrimonial. Qualquer professor, professora, profissional – não necessariamente de escola –, estudante que tenha algum projeto ou trabalho na área de educação patrimonial pode se inscrever no prêmio.
O edital foi publicado ontem no Diário da Câmara Legislativa. Agora, estamos só terminando os detalhes do sítio eletrônico. Quem quiser se inscrever poderá fazê-lo no sítio eletrônico da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou nas nossas redes, em que o link de inscrição estará disponível.
Então, a partir deste final de semana, já estarão abertas as inscrições para a terceira edição do Prêmio Paulo Freire de Educação, cujo um dos eixos é a educação patrimonial.
Concedo a palavra para a Isa Macedo, diretora de Gestão dos Espaços Culturais da Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal.
Obrigado pela presença.
ISA MACEDO – Obrigada, deputado Gabriel Magno.
Cumprimento o presidente do Iphan, Leandro Grass, e a ex-deputada distrital Arlete Sampaio.
Arlete Sampaio, com muito carinho, eu revejo a senhora depois de tanto tempo. Eu trabalhava nesta casa com o secretário de Cultura à época, o ex-deputado Cláudio Abrantes.
Vanessa, você falou que a Secretaria de Cultura tem parceria com os territórios. Realmente, precisamos muito de que os professores conduzam as crianças para conhecerem os espaços. Andei falando isso em algumas escolas, principalmente da zona rural, predominantemente de Planaltina. Eles nem sabem que existe esse trabalho da Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura. Aí, enviamos formulários para eles.
O programa é muito bom. Sempre há reclamações sobre transporte, mas isso já está incluso; então, eles não têm essa preocupação. Precisamos levar isso mais para as nossas comunidades, principalmente para as regionais. Muitas vezes, elas não sabem o que temos a oferecer.
Quando o senhor Tico Magalhães mencionou os espaços culturais, pensei que ele falaria sobre a necessidade de reformas. Realmente, precisamos de muitas reformas, não são poucas. Com os prédios mais novos, que foram inaugurados, estamos tranquilos, mas os nossos prédios mais velhos precisam de uma reforma muito grande.
Temos 27 espaços culturais na Secretaria de Cultura, o orçamento é pequeno para todos eles. A secretaria é dividida em 3 diretorias: biblioteca, museu e espaços culturais. Nosso Centro de Dança está em reforma desde 12 de janeiro, com expectativa de reinauguração no final de maio. Conseguimos trocar os pisos; colocamos pisos flutuantes, conforme os agentes culturais solicitaram. Foram instalados aparelhos de ar-condicionado.
Porém, temos um grande problema com os espaços culturais, que é o atendimento aos agentes culturais. A procura está muito grande. Não sei se, após a pandemia, por termos ficado um tempo parados, a quantidade de agentes culturais aumentou, mas as nossas pautas nos espaços não estão conseguindo atender a todos. Um chega e fala que o outro tem a pauta e ele não. Nossos espaços hoje não estão sendo suficientes para atender os agentes culturais. No Centro de Dança, que funciona de domingo a domingo, das 9 horas às 22 horas, há pessoas precisando de espaço para seus trabalhos culturais.
Deputado Gabriel Magno, vim de surpresa, porque o secretário está viajando e o Ramón também. O secretário pediu para agradecer e dizer que a secretaria está à disposição para continuar debatendo os assuntos sobre esse evento tão importante.
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Obrigado, Isa. Deixo aqui nosso abraço ao secretário de Cultura e o compromisso que temos feito durante esses 2 anos. Neste terceiro ano estamos preparando, via Comissão de Educação e Cultura, um debate sobre a LDO de 2026, porque é fundamental colocar no orçamento da cidade recursos para garantir a manutenção e a construção de novos equipamentos culturais. Temos equipamentos históricos abandonados há muito tempo e fechados para a população.
No Gama, temos o Cine Itapuã. Em Taguatinga, temos o Teatro da Praça. Em Planaltina, há uma diversidade de equipamentos culturais que precisam de reformas urgentes. Várias cidades do Distrito Federal não têm nenhum equipamento público. Precisamos ter esses espaços, que são importantes para, como o Tico falou, mesmo sem esquinas, ficarmos nos cruzando – não é, Tico? Esse encontro é de muita produção e esse processo também promove o desenvolvimento econômico da cidade.
Nós estamos no debate do PDOT, que vai chegar a esta casa, e temos visto falarem muito pouco do assunto, apesar de haver um capítulo no PDOT dedicado à cultura. Vemos muito pouco desse debate nas reuniões públicas conduzidas pela Seduh. Falta a discussão sobre a ocupação territorial e as diretrizes de ordenamento da cidade, que têm sido pensadas unicamente sob a questão do desenvolvimento.
Esta é a tese do governo: o PDOT serve para destravar o desenvolvimento econômico do Distrito Federal. Mas destravar o desenvolvimento econômico do Distrito Federal não pode significar olhar apenas para a construção civil como o único setor produtivo da cidade. Temos que olhar para a cultura, para os agricultores familiares, para a diversidade desta cidade – tecnologia, inovação, ciência, enfim.
Na minha opinião, a cultura é um elemento fundamental para que possamos, de fato, destravar o desenvolvimento, que passa obviamente por espaços, por equipamentos públicos funcionando, para se permitir que essa expressão aconteça por investimento, por fomento. Vai haver uma série de desafios.
Então, quero deixar aqui registrado também o compromisso que o nosso mandato e a Comissão de Educação e Cultura desta casa têm tido com essa pauta, que para nós é muito importante. Ela precisa entrar de vez no orçamento do Distrito Federal. Esse orçamento tem crescido tanto nos últimos anos, mas, na nossa avaliação, infelizmente está muito mal distribuído e muito mal alocado para as necessidades da população do Distrito Federal.
Então, fica meu abraço ao secretário. Nós nos colocamos à disposição para esse debate.
Eu passo, então, a palavra para a nossa ex-deputada distrital e ex-vice-governadora desta cidade. Ela é autora da lei das Jornadas do Patrimônio. Não só isso, ela possui uma trajetória enorme nesse debate do patrimônio cultural aqui na casa, é autora também da lei que estabelece critérios e objetivos para indicações de patrimônios culturais nesta cidade.
Às vezes, Arlete, isso tem sido muito desrespeitado aqui nesta casa, mas seguimos nessa briga também. Obrigado mais uma vez pela presença, ex-deputada Arlete Sampaio.
ARLETE SAMPAIO – Obrigada, deputado Gabriel Magno. Quero cumprimentar todos os componentes desta mesa, a Isa, o Tico, a Vanessa e o nosso querido presidente do Iphan, Leandro Grass.
Quero dizer o seguinte. Esta casa de leis às vezes produz uma série de legislações importantes que dizem respeito às necessidades da cidade e, às vezes, nem a própria Câmara Legislativa respeita a legislação. Isso é muito sério. Estamos comemorando os 65 anos de Brasília e quase 38 anos desde que Brasília foi reconhecida pela Unesco como patrimônio da humanidade, em que um tombamento federal e distrital consolidou essa condição de Brasília. Lamentavelmente, o que vemos todo o tempo é aquilo que Juscelino Kubitschek já temia. Ele até fez um bilhete para o presidente do Iphan à época a respeito das investidas demolidoras da especulação sobre a cidade.
Estamos vendo isso acontecer hoje de forma brutal, porque alguns governantes são completamente provincianos e não compreendem tudo o que há de possibilidade para o desenvolvimento econômico e social de Brasília pelo fato de ela ser patrimônio da humanidade.
Tenho o sonho de ver um dia esta cidade tornar essa lei que fizemos, em 2013, a Lei nº 5.080 – que agora foi emendada corretamente pelo deputado Gabriel Magno –, mais efetiva. Fico feliz de ver que trabalhadores, servidores públicos da Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura, abraçaram essa lei para fazer o que pode ser feito por eles, neste momento, como educação patrimonial: fazer professores, estudantes e parte da comunidade compreenderem que é necessário preservar o nosso patrimônio, não apenas Brasília como patrimônio cultural da humanidade, mas tudo o que temos, porque, como disse o Tico, patrimônio é identidade. A nossa identidade está no patrimônio. Se não prezamos o patrimônio, não prezamos a nossa identidade, ficamos sem identidade.
Se analisarmos o que aconteceu com o Iphan no governo anterior, por exemplo, poderemos imaginar o que é a falta de compreensão das pessoas sobre o papel do patrimônio. A própria presidente do Iphan falava coisas que me arrepiavam. Pelo amor de Deus! Como pode um negócio desse?
Quando passei por esta casa, além da Lei nº 5.080/2013, fui responsável pela Lei nº 3.977/2007, que define o método pelo qual qualquer expressão cultural será caracterizada como patrimônio imaterial. Por que fizemos essa lei? Porque esta casa – aliás, não só esta casa, mas o parlamento em geral – é feita com muito populismo. Todo dia chegava aqui um projeto de lei para transformar o sujeito lá da esquina em cidadão honorário. Então, um deputado desta casa fez uma resolução para definir quem poderia ser constituído cidadão honorário da cidade, quais os critérios, porque todo mundo de repente era cidadão honorário de Brasília.
Fizemos a mesma coisa com essa lei. Se não fizéssemos isso, o boteco da esquina do meu eleitor fulano de tal seria patrimônio imaterial. Tem que haver critério, e o critério é definido, inclusive, a partir de um dossiê que mostra porque é meritório aquela instituição, aquela expressão cultural ser considerada patrimônio imaterial etc. e tal.
Apesar disso, ainda há deputado nesta casa que apresenta projetos de lei para fazer com que determinada coisa vire patrimônio imaterial. Isso não vale nada, porque não está se cumprindo o ritual da lei, que está inclusive regulamentada.
Acho que essas coisas devem ser encaradas com muita seriedade. Não é possível transformar o boteco da esquina em patrimônio imaterial só porque é do meu amigo, que é meu eleitor e vai me dar voto. Pelo amor de Deus! Não dá nem para caracterizar isso aqui, senão vou acabar brigando com os deputados desta casa.
Tenho certeza de que Brasília foi fundada como vanguarda não só do ponto de vista arquitetônico e urbanístico mas em todos os aspectos. Se analisarmos os projetos de educação, saúde e assistência social desta cidade, eles são absolutamente avançados. O projeto de saúde, por exemplo, já instituía, naquela época, um SUS, que não existia. A assistência social era chamada de desenvolvimento social, havia o Centro de Desenvolvimento Social – vejam que coisa mais avançada. A educação de Anísio Teixeira, as escolas classes, a escola em tempo integral, tudo foi feito para que Brasília fosse vanguarda e um exemplo para o país inteiro.
O que aconteceu? Veio um golpe militar e, como sempre, o obscurantismo prevaleceu. Essas coisas foram todas abortadas, foram adiadas. E, após o processo de redemocratização do país, muitas dessas coisas foram retomadas. Mas, infelizmente, e aí tem a ver com o processo de ocupação desta cidade... Um dia temos que fazer uma análise muito profunda do ponto de vista sociológico e antropológico de como se deu esse processo de expansão da cidade e por que somos o que somos hoje. Hoje temos uma situação complexa.
Eu me lembro, quando fui vice-governadora, que fizemos a recepção ao pessoal do MST, uma caminhada pelo Eixão, com milhares de pessoas. As pessoas saíam das casas para engrossar a caminhada. Um evento lindo, uma receptividade imensa da cidade. Lembro que fizemos com que a banda da Polícia Militar tocasse para o MST; organizamos café da manhã para o pessoal do MST, que estava hospedado no Parque da Cidade. Era outra história, um padrão civilizatório distinto do que temos hoje.
Hoje, Brasília é uma cidade agressiva, com trânsito maluco, em que as pessoas se agridem o tempo inteiro. Uma cidade cheia de gente odiosa, que exala ódio por todos os poros. Isso precisa ser revisto. Brasília foi feita para ser o centro cultural deste país. Tantas possibilidades existem para que isso seja feito. No Carnaval, poderíamos dedicar um período ao jazz, chamar todo mundo do Brasil para tocar jazz aqui em Brasília. Imaginem o quanto isso movimentaria a economia criativa, os hotéis, os restaurantes, a vida da cidade! Traria dinheiro e divisas para cá. Infelizmente, ainda não temos um governante com essa mentalidade. É preciso ter.
O meu sonho ainda é ver esta cidade retornar aos sonhos de JK, de Jango e de todos aqueles que construíram esta cidade para ser vanguarda. Acho que é possível, sim, imaginar essa possibilidade. Precisamos ajudar a construir essa possibilidade, e não deixar que os outros a façam. Temos que cumprir o nosso papel.
Há um lugar que é a síntese deste país: Ceilândia, a cidade mais nordestina que existe. Uma vez fui convidada para falar numa rádio da Ceilândia e fiquei impressionada porque o entrevistador era um verdadeiro nordestino, e eu tinha que falar nordestinês com ele. No Centro Cultural de Ceilândia existe a Casa do Cantador, onde há coisas maravilhosas acontecendo. Há grupos fantásticos de forró na Ceilândia. Quando vamos ao PAD-DF, parece que estamos no Rio Grande do Sul. Há também o Centro de Tradições Gaúchas. Precisamos recuperar tudo isso, pois faz parte da nossa história e da construção desta cidade – que está sendo relegada.
É necessário que as jornadas – eu louvo muito as equipes que trabalham para que as jornadas aconteçam – transbordem para além do espaço da escola, e que o povo perceba o significado de comemorar o dia 17 de agosto, Dia do Patrimônio. Precisamos fazer as pessoas visitarem a cidade, pois há gente no Distrito Federal que nunca veio ao Plano Piloto e não o conhece. Nunca vimos as crianças desta cidade visitarem um museu, conhecerem a Catedral, conhecerem nossa cidade. Nossa Via Sacra que é mais interessante do que aquela de Jerusalém, de Pernambuco, mas não a divulgamos. É um absurdo o obscurantismo dos nossos dirigentes.
Penso que é possível mudar essa realidade e construir um novo padrão civilizatório. Eu me lembro de quando fizemos as faixas de pedestres e de como as pessoas ficavam orgulhosas e diziam como era legal o que estava acontecendo em Brasília – até hoje isso persiste. É possível mudar o padrão civilizatório de Brasília e transformar o nosso Distrito Federal no maior centro cultural do país. Acredito nisso, acho importante, e cada um de nós deve se engajar nessa perspectiva. Afinal, temos o maior orçamento per capita do Brasil. Para onde vai todo esse dinheiro se não é para fazer com que as pessoas vivam mais felizes?
Penso que o nosso dever, o dever desta geração que está viva, hoje, no Distrito Federal, seja ajudar para que isso seja possível. Esta é a mensagem que eu quero deixar nesta comissão geral. (Palmas.)
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Obrigado, Arlete. É sempre um luxo escutar a Arlete.
Eu gostaria de anunciar a presença da Marili Quadros Freire, membro da assessoria da presidência do Iphan. Ela esteve por muito tempo nesta casa e neste plenário.
Anuncio também a presença do Thiago Perpétuo, superintendente do Iphan no Distrito Federal.
A Arlete recebeu uma informação. Gostaria de fazer um registro?
ARLETE SAMPAIO – Na verdade, a Luísa – uma grande inspiração quando se trata de temas ligados ao patrimônio – me lembrou que a faixa de pedestres foi reconhecida como patrimônio imaterial.
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Muito bem.
Antes de passar a palavra para o presidente do Iphan, farei um comentário baseado na fala da Arlete, Leandro.
Acredito que esse é um tema fundamental para pensarmos nos próximos 65 anos do Distrito Federal: o orçamento. O orçamento desta cidade tem crescido bastante nos últimos anos. Para dar um exemplo, em 2019, Leandro – você estava aqui e acompanhou esse processo –, o orçamento do Distrito Federal girava em torno de 36 bilhões de reais. Neste ano o orçamento do Distrito Federal deve chegar a 70 bilhões de reais. Quase dobramos o orçamento em 7 anos.
Há uma série de explicações para isso: o aumento muito significativo do Fundo Constitucional – principalmente em 2023 –, o aumento da arrecadação etc. Há uma série de explicações. O que realmente não se explica é a forma como estamos investindo esse dinheiro. Se o orçamento praticamente dobrou em 7 anos, a expectativa era de uma melhoria visível nos serviços públicos – na saúde, no atendimento à população, na oferta de mais vagas e professores nas escolas e creches, no transporte coletivo, na cultura, na preservação ambiental e na infraestrutura urbana, como drenagem e iluminação pública. Porém, não é isso que estamos vendo. Quem vive nesta cidade percebe que esse aumento expressivo no orçamento – que quase dobrou em 6 ou 7 anos – não se reflete na qualidade dos serviços públicos entregues à população. É justamente aí que esses recursos deveriam ser investidos.
Existe um problema importante de gestão pública, sob uma perspectiva que envolve diversos poderes, atores. Obviamente, o Governo do Distrito Federal tem responsabilidade, pois é o gestor desse orçamento. Porém, acredito que toda a sociedade e o poder público deveriam se debruçar sobre essa situação.
Não me parece razoável, nem natural, que uma cidade como Brasília – que é a capital da República e tem um crescimento tão vertiginoso do seu orçamento e da sua capacidade de investir na cidade e na população – não consiga transformar esses recursos, que em todo o Brasil e no Congresso Nacional são objeto constante de briga por orçamento. Se Brasília tem conseguido aumentar o orçamento, não é possível que não consiga transformar isso em qualidade de vida e em serviços públicos perceptíveis pela população.
Considero essa uma questão fundamental, Arlete Sampaio, sobre a qual precisamos nos debruçar. Precisamos pensar o que fazer para termos a Brasília que queremos. Desejamos que, em seus próximos 65 anos, ela seja o que ela é vocacionada a ser: uma cidade com serviços públicos de alta qualidade, com eficiência, transparência, participação popular, democracia, e que atenda não apenas aos 3 milhões de habitantes que vivem no Distrito Federal, mas também àqueles e àquelas que, por ser esta a capital do país, convivem com a cidade diariamente e vivem o seu espírito.
Quero registrar que temos acompanhado, com muita preocupação, esse processo.
Neste momento, concedo a palavra ao presidente do Iphan, Leandro Grass, a quem agradeço imensamente a presença e constante participação nos debates que envolvem a cidade. É fundamental a participação e o cuidado que o Iphan tem tido com nossa cidade – ressalto a atuação do superintendente do Distrito Federal, o Thiago –, com as políticas de patrimônio e com a política cultural.
LEANDRO GRASS – Agradeço ao deputado Gabriel Magno a iniciativa desta comissão geral, pela qual eu o parabenizo.
Saúdo a composição da mesa, extremamente honrosa, com a presença da Isa, da Vanessa e do nosso querido Tico, que representa todos os agentes culturais e artistas do Distrito Federal. Na pessoa do Tico, parabenizo os demais que se fazem presentes.
Também saúdo nossa queridíssima ex-deputada, ex-vice-governadora e professora Arlete Sampaio. Digo professora, porque, durante a última legislatura, entre 2019 e 2022, muito aprendi ao seu lado. Arlete continua sendo uma grande inspiração para todos nós. Sua presença é motivo de muita alegria e honra, pois foi ela quem abriu os caminhos e quem pavimentou esse debate, não apenas nesta casa legislativa, mas em toda Brasília. Sua fala inspiradora nos leva a reflexões que eu gostaria de comungar e compartilhar aqui.
Agradeço, deputado Gabriel Magno, ao seu mandato e à sua equipe o trabalho extraordinário que têm feito nesta casa, um trabalho fiscalizador.
Vez ou outra, ouço alguém dizer que não há oposição em Brasília. Isso só é dito por quem não acompanha o seu trabalho e o trabalho de outros colegas que exercem o papel fiscalizador que cabe ao Legislativo e são propositivos. Ser oposição é importante quando há um governo ou uma gestão com projeto do qual discordamos, mas também é necessário que a oposição seja propositiva, e o seu mandato, deputado Gabriel Magno, tem sido muito propositivo.
Eu gostaria de tecer alguns comentários e reflexões.
Saúdo a presença da equipe do Iphan na figura do superintendente Thiago Perpétuo, que tem realizado um trabalho magnífico. Saúdo, também, o João. Destaco o papel do Iphan na análise, fiscalização e acompanhamento das ações relacionadas ao patrimônio, não deixando que o sonho de uma cidade preservada se perca. Além disso, a superintendência no DF tem sido bastante propositiva.
O que nós estamos celebrando hoje é prova dessa atuação do Iphan no Distrito Federal, com as Jornadas do Patrimônio Cultural, com o Programa Patrimônio para Jovens, com o acordo de cooperação que existe entre o Iphan e a Secretaria de Educação, com ações em outras áreas do patrimônio imaterial e com ações de conservação e restauro – daqui a pouco, vou citar algumas delas que são muito importantes, resultado também da retomada da política de patrimônio pelo presidente Lula.
Eu creio que, em primeiro lugar, precisamos partir de um ponto, de uma posição sobre o que estamos falando quando tratamos de cultura e de patrimônio: direitos – não menores, nem maiores; apenas direitos, assim como qualquer outro direito. Como dizia nosso ex-ministro Gilberto Gil, isso tem que estar na cesta básica. Cultura não é algo menor, não é algo secundário, não é algo complementar à vida. Cultura é algo essencial à vida.
O patrimônio cultural é essencial à sociedade, ao senso de comunidade, ao sentimento de pertencimento a algo maior do que nós mesmos como indivíduos. O patrimônio, como o Tico também mencionou, é algo que nos une, que nos conecta. Patrimônio não é pedra e cal. Patrimônio não é apenas símbolo. Patrimônio não é apenas elemento, monumento. Patrimônio são as pessoas. Então, tudo que existe é resultado das pessoas, das suas ações, das suas elaborações, da sua criação, da sua capacidade de formular, de gerar elementos, linguagens e memórias.
Estamos falando de um tema de cidadania que precisa ser entendido assim e, se ele é um direito, tem que haver política pública. A Constituição determinou, no art. 215 e no art. 216, os direitos culturais e o patrimônio cultural como partes da nossa existência enquanto povo, enquanto sociedade brasileira; portanto, deve haver política para isso. É preciso que haja orçamento. É preciso que haja gestão. É preciso que haja legislação. É preciso que haja instrumentos para fazer isso acontecer na prática.
No Brasil, desde 1937, temos uma instituição de patrimônio, mas em muitos lugares do país ainda não há esse tripé da gestão, do financiamento e da legislação do patrimônio adequadamente constituídos. Este é um papel que estamos tentando cumprir: mobilizar e criar o Sistema Nacional de Patrimônio Cultural, fazendo com que todas as cidades e estados tenham a sua fundação, ou a sua secretaria, ou o seu departamento de patrimônio; um fundo de patrimônio, um orçamento garantido para a preservação dos bens culturais; e uma legislação adequada.
Aqui abro um parêntese concordando com a crítica que se estabelece com relação a esse desvirtuamento de como construímos o patrimônio. O patrimônio vai aumentando, vai crescendo, vai se desenvolvendo, mas isso não pode ser feito por voluntarismo. É sempre a partir da sociedade, nunca da cabeça de alguém que acordou um dia e disse: “Hoje vou dizer que isso aqui é patrimônio numa canetada, num projeto de lei, num regulamento ou num decreto”. A patrimonialização acontece sempre a partir da sociedade, porque o patrimônio cultural será preservado pelo Estado e pela sociedade, em colaboração. Isso é o que diz a Constituição.
Então, hoje, por exemplo, o processo de tombamento de um conjunto, de um monumento, de um imóvel, de uma praça, seja o que for, não parte, falando em nível federal, do Iphan. O Iphan não decide tombar isso ou aquilo. Muitas pessoas não entendem isso. Dizem: “O Iphan tinha que tombar tal coisa”. O Iphan não tem que tombar nada. Quem precisa dizer que aquilo é importante e deve ser preservado é a sociedade. Hoje, existe um rito para a patrimonialização, que é rigorosamente seguido até chegar à última instância, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que decide a questão. Esse conselho é formado por membros da sociedade civil e, agora, é um conselho mais plural, mais diverso, dentro da nossa gestão, com pessoas de todas as áreas do país, de todas as regiões, formações – há quilombolas, indígenas, arquitetos, antropólogos, urbanistas, historiadores, educadores –, e membros da sociedade civil que são da cultura popular. Eles que vão dizer se é ou não é.
Da mesma maneira, esse é o registro que fazemos para patrimonializar os bens imateriais. O Iphan não decide que o choro vai ser patrimônio cultural brasileiro. Essa patrimonialização nasce da sociedade, passa por um longo processo de aprofundamento, de amadurecimento, de pesquisa, de produção de conhecimentos para que, adiante, cumpramos o acordo, porque, quando se patrimonializa algo, isso não é do Estado. As pessoas acham que o que é tombado é do Estado. Não! O que é tombado tem dono; e o dono, o proprietário, o responsável tem que cuidar daquilo. Da mesma maneira, há o registro. Quando registramos um bem cultural, como fizemos há pouco, por exemplo, com a arte santeira no Piauí, existem os detentores. São aquelas pessoas que representam e detêm aquilo. Nós temos que salvaguardá-las. É feito um plano de salvaguarda.
Estou falando sobre isso um pouco até burocraticamente, tecnicamente, para dizer que a política de patrimônio, ao mesmo tempo que existe técnica, é essencialmente participativa. As 2 coisas – a participação e a técnica – precisam ser muito bem constituídas para que consigamos efetivar os instrumentos, o plano de salvaguarda, as normas de preservação, entre outros.
Infelizmente, em Brasília, apesar de a Lei Orgânica da Cultura determinar, não há ainda uma fundação de patrimônio cultural. Eu e a ex-deputada Arlete Sampaio, à época, éramos membros da Comissão de Assuntos Sociais e enviaram para cá o projeto de criação do Condepac, Conselho de Patrimônio Cultural. Nós questionávamos como criamos o conselho sem ter a fundação, porque o conselho deveria estar vinculado à fundação. Nós criamos o conselho, mas não criamos a fundação em Brasília. Existe um vazio de gestão do patrimônio cultural na cidade que tem o maior perímetro tombado do mundo.
Eu não estou desmerecendo, de forma alguma, o trabalho da Subsecretaria do Patrimônio, que é muito nossa parceira, inclusive, temos feito muitas coisas juntos, mas Brasília merecia uma instituição de patrimônio com a envergadura correspondente a esta cidade. Isso gera para outras instituições, como o próprio Iphan, um papel que, às vezes, é cobrado além das nossas limitações institucionais e legais.
Eu acredito que fique aqui esse horizonte sobre a necessidade de se construir uma política com p maiúsculo para o patrimônio cultural de Brasília e um plano de preservação adequado para o patrimônio cultural de Brasília; um fundo do patrimônio cultural brasiliense que dê conta não só da área tombada, mas dê conta de toda essa diversidade de patrimônio que existe em Taguatinga, que existe no Paranoá, que existe em Ceilândia.
A Casa do Cantador é um bem cultural, é um patrimônio cultural da cidade, é uma obra de Oscar Niemeyer que está em Ceilândia. O Centro Histórico de Planaltina também é um bem cultural, que está se esvaindo, assim como tantos outros pontos de memória e de patrimônio aqui.
Segunda coisa, eu quero trazer, brevemente, uma prestação de contas, um relato daquilo que o governo do presidente Lula, por meio do Ministério da Cultura e do Iphan, vem fazendo por Brasília e pelo seu patrimônio cultural. Em primeiro lugar, há o resgate do Iphan, como a ex-deputada Arlete Sampaio muito bem colocou. Nós encontramos uma instituição que estava absolutamente destruída, desmotivada e isolada. Quando eu digo isolada, é sobre essa relação com a sociedade e com os entes federativos com os quais nós construímos a política do patrimônio.
Por isso, foi feito um esforço de articulação. Eu tenho me envolvido muito nisso, conversado com os governadores, com os prefeitos, independentemente de partidos políticos, inclusive, independentemente de ideologia, para que possamos dar as mãos, porque o Iphan não vai salvar o patrimônio cultural, tampouco os municípios e os estados vão fazê-lo. Isso é sempre em parceria e com a sociedade, acima de tudo.
É também um exercício de retomada do investimento. A recuperação da política do patrimônio imaterial, do programa nacional não era realizado desde 2015. Desde o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, que o programa nacional com edital, seleção de projeções não aconteciam. Então, agora esse programa está sendo executado.
Há diversos projetos acontecendo no Brasil, há o Programa Nacional da Educação Patrimonial. O governo Bolsonaro extinguiu a educação patrimonial enquanto instância de gestão do Iphan, embora algumas superintendências resistentes permanecessem trabalhando com fé no DF, com as jornadas de patrimônio, com as ações dentro das escolas, mas, em termos de gestão, foi extinta a área e reconstruímos área e lançou o Programa Nacional de Educação.
Há um projeto que está sendo executado em Brasília, no Paranoá, que está construindo com a comunidade o chamado inventário participativo do Paranoá. Existe uma ação, que é oriunda de emenda parlamentar do deputado federal Prof. Reginaldo Veras, que está sendo executada em Taguatinga, o projeto Só Taguá Tem. Isso tudo é educação patrimonial, são os inventários participativos se somando às jornadas de patrimônio e tudo que já vinha sendo feito com muita consistência.
Pelo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, ao todo, serão, até 2026, 740 milhões de reais investidos em projetos e obras. São investimentos nunca antes feitos na história deste país e que o presidente Lula determinou que o fossem. São 144 obras executadas e 105 projetos contratados. Desses 105 projetos, 3 são em Brasília: o projeto do Catetinho; do Museu Vivo da Memória Candanga, que nós estamos contratualizando com a Secretaria de Cultura; e o projeto da Praça dos Três Poderes, cuja versão nós apresentamos ontem e que agora vai ser aperfeiçoada para a obra começar a ser executada o quanto antes e devolvermos a praça ao povo do Distrito Federal.
Organizamos também processos de gestão e de inovação que nós identificamos serem extremamente necessários para uma instituição de 88 anos de existência. Então, o Iphan vinha há muito tempo sem uma organização, sem um monitoramento dos seus projetos, sem uma gestão orçamentária mais eficiente, mais efetiva, com problemas de fluxo, problemas de regimento. Consolidamos, então, essa organização da estrutura de gestão do órgão, que é um órgão nacional – está entre os 27 estados, há 37 escritórios técnicos em cidades históricas, há 1 centro de arqueologia nacional, há unidades especiais que atendem ao público em vários pontos do país.
Há, ainda, a recuperação da política da diversidade linguística. Muitas pessoas não sabem, mas o Iphan é a instituição nacional da Esplanada que cuida da diversidade linguística do país, em especial com os povos indígenas, que são os principais beneficiários desta política, é com eles que trabalhamos para a preservação das suas línguas; e também as ações relacionadas já mencionadas ao patrimônio imaterial, a recuperação dos registros que estavam parados, do reconhecimento das expressões, do inventário nacional de referências culturais.
Chegamos ao final, dialogando com o aniversário da nossa cidade, com esses 65 anos de Brasília.
A ex-deputada Arlete Sampaio falou muito bem: Brasília é a síntese do Brasil, aqui está o país inteiro, o Norte, o Nordeste, o Centro-Oeste, o Sudeste, o Sul, com os seus cidadãos e as suas cidadãs reunidos, nossas famílias brasilienses, tantas que vieram para cá para construir a cidade, as que vieram depois para tentar a vida, para poderem trabalhar, para realizarem seus sonhos. Infelizmente, há certa frustração com a pujança dessa síntese.
No governo democrático popular, de 1995 até 1998, havia uma política muito interessante: as temporadas populares, momento em que nós colocávamos na rua, seja embaixo da tenda, nos equipamentos – ou no meio da rua mesmo, sem tenda. Essas eram as expressões dos mais diferentes grupos e das mais diferentes versões dessa cultura diversa do país. Nós perdemos isso, como também perdemos a capacidade de aproveitar esse patrimônio cultural como uma grande ferramenta de desenvolvimento.
Vez ou outra nós vemos um certo retrógrado, atrasado, dizer: “Ah, mas o tombamento e o patrimônio dificultam a economia, dificultam o desenvolvimento”. Não sei se a referência é quanto ao desenvolvimento predatório, destrutivo. Realmente o patrimônio o atrapalha, porque o patrimônio tem a ver com zelo e cuidado, não tem a ver com destruição. Se não fosse o papel do Iphan nesses 88 anos, metade ou mais do patrimônio cultural brasileiro estaria debaixo da terra, demolido.
O patrimônio cultural é uma grande oportunidade para Brasília, do ponto de vista econômico – uma cidade em que 15% das pessoas não estão trabalhando, não têm acesso à renda, enquanto a média nacional é quase 7% de desemprego. O desemprego, aqui, está chegando a 15%.
A economia da cultura, a economia criativa, a economia do patrimônio são possibilidades de desenvolvimento econômico e social, geração de renda, inclusão e redução das desigualdades e da pobreza, mas isso ainda não é compreendido. “Ah, mas a cidade é tombada, não é possível fazer tudo”. Realmente, não é possível ser feito tudo, mas é possível ser feita muito no sentido de ativar, de oportunizar situações neste ambiente.
Hoje, pela manhã, por exemplo, nós acompanhamos 2 escolas, o CED do PAD-DF e o CED do Vale do Amanhecer. A maior parte daqueles meninos que visitavam a Catedral e a Praça dos Três Poderes nunca tinham pisado ali, nunca estiveram ali. Essa foi a primeira vez, a primeira experiência.
O que é a Praça dos Três Poderes? O que se pode aprender a partir daquele local sobre democracia, liberdade, justiça, a relação entre os poderes, a relação entre os membros do Estado, a função do Legislativo, do Executivo e do Judiciário? Pode-se fazer tanto, como pesquisas para desenvolver a ciência. É preciso recuperar isso.
Por fim, é preciso mesmo entender que Brasília não é só o Plano Piloto e que a preservação de Brasília, especialmente desse centro tombado, não vai acontecer sem que haja a preservação e o desenvolvimento do todo. Não adianta querermos preservar o centro de Brasília enquanto Ceilândia fica inundada quando chove. Isso é contraditório do ponto de vista civilizatório. A arborização, essa escala bucólica da qual nos orgulhamos, precisa também ser projetada para Samambaia, para Planaltina, para São Sebastião. Por que não podemos implementar uma perspectiva de qualidade de vida – de arborização, de ocupação do espaço público, perspectiva de vizinhança, como há nas superquadras – em Planaltina ou no Gama, onde também há as quadras? Por que não implementá-las no Itapoã? Isso é possível.
Esse sonho de 1960 não era um sonho para alguns. Ele era para todos, mas, infelizmente, por diversas razões, entre elas a ditadura militar, esse sonho foi atropelado, desvirtuado, interrompido. Temos que retomá-lo. É por isso que nós estamos aqui, porque nós acreditamos que isso é possível. Se nós não acreditássemos, não estaríamos fazendo este debate. Nós acreditamos que é possível refundar Brasília numa lógica de área metropolitana mais igualitária, mais civilizada. Assim, Brasília voltaria a ser uma cidade modelo e não um contraexemplo, como ela vem sendo, ao estar em último lugar no ranking do tempo de espera da fila do SUS e sendo o último lugar na proporção da educação em tempo integral.
Eu não vou entrar no debate do orçamento, mas isso me angustia, isso me incomoda muito! Por que esta cidade, com o orçamento que possui, tem o maior tempo de espera na fila do SUS e não consegue oferecer para suas crianças e seus adolescentes educação em tempo integral a contento?
Esse é o nosso sonho, por isso falamos de patrimônio. Ele não está relacionado apenas com o passado, acima de tudo tem a ver com o futuro e com projetar aquilo que queremos.
Fica o agradecimento e a disposição do Iphan, na figura da nossa superintendência, da presidência e de todo o corpo, para continuarmos trabalhando por esta cidade. Muito obrigado. (Palmas.)
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Muito bem, Leandro.
Temos mais uma vez o privilégio de escutá-lo e de compartilharmos tantas ideias importantes para a cidade.
Acho que vale a pena abrir a discussão. Há 3 pessoas inscritas. Se alguém mais quiser falar, temos que combinar alguns encaminhamentos, além daqueles de que já tratamos, do ponto de vista da jornada, da instituição desse memorial, de pensarmos os espaços públicos da cultura.
Apresentamos, no relatório do PPCUB, uma emenda – que foi incorporada na versão final, no texto sancionado – que se refere a um capítulo de preservação. Eu gosto de sempre traduzir as letras e siglas, porque elas confundem as pessoas. A sigla PPCUB significa Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília. Por incrível que pareça, não havia nada sobre preservação nesse plano. (Risos.) Foi preciso criar um capítulo sobre preservação, sendo que a preservação deveria fazer parte do todo do plano pela natureza dele. Mas não foi assim. Houve uns processos um pouco esquisitos no debate do PPCUB, mas agora há o capítulo de preservação. É importante o encaminhamento para continuarmos monitorando isso. Temos oficiado ao Governo do Distrito Federal sobre a necessidade de criação de um comitê gestor do patrimônio. Não se trata necessariamente da mesma situação que tanto a ex-deputada Arlete Sampaio quanto o Leandro mencionaram sobre a fundação do patrimônio, sobre algum órgão que pudesse ter mais capacidade institucional, autonomia institucional e orçamento próprio. A ideia é existir um comitê gestor do patrimônio para avaliar o processo de implementação do PPCUB, dos diversos planos e projetos apresentados na lei. Um desses planos e projetos desenhados no PPCUB é o da Vila Cobra Coral. Não é possível haver um desenho de cidade em que se pretenda preservar e dar condições de vida e, paralelamente a isso, na Vila Cobra Coral, haver ações do próprio Poder Executivo no sentido de realizar derrubadas e de não garantir os direitos dessa ocupação. Isso é contraditório, pois, de um lado, há dispositivos importantes na lei, como planos e projetos para pensar o desenho da cidade no sentido da preservação, e, de outro lado, o poder público, que deveria cuidar da população e ser o primeiro a garantir isso, está realizando ações na contramão do processo.
O comitê gestor engloba essa ideia. É muito importante estar em sintonia com o próprio Iphan e outros órgãos que precisam fazer parte desse comitê para acompanhar a situação. Destaco o próprio Condepac, que tem cumprido um papel muito importante nesse processo, talvez ainda descolado dessa estrutura mais necessária da organização, da administração pública, de maneira mais eficiente, mas que tem feito um debate fundamental nesse sentido da preservação, aliado ao cuidado com a cidade, a esse olhar de cidade moderna.
Leandro, você viu isso, você chegou a conviver com debates intensos – vou chamar assim – de gente que dizia que o sonho de algumas pessoas era ver Brasília virar Las Vegas, ou a Times Square, em Nova Iorque, cheia de LEDs, neons e luzes. Fico imaginando o que essa turma faria com o Coliseu de Roma. Ela iria demoli-lo. Algo velho serve para quê? Isso está no meio da cidade, atrapalhando. Poderia haver um prédio cheio de neon: “O que o Coliseu está fazendo lá? Que coisa horrorosa!” Imaginem essa turma lá.
Eles fariam uma arena, padrão Fifa, no lugar do Coliseu. Sobre as pirâmides do Egito, falariam: “Isso está até hoje lá; tão velho, antigo”. Enfim, é o resultado dessa falta de capacidade de pensar e de olhar para o patrimônio como uma oportunidade enorme de desenvolvimento, de cuidado a partir de uma relação de ocupação do território, da nossa própria história.
Vou passar a palavra para 3 pessoas que pediram o uso da palavra. Quem quiser falar pode nos comunicar.
Os inscritos são: o Thiago Dias, que é do teatro de bonecos popular, o Mamulengo; o Francisco Paulo Mendes, que é curador, artista e jornalista da revista BSB People; e o Thiago Perpétuo, superintendente do Iphan do Distrito Federal.
Vou passar a palavra para vocês e combinar o seguinte: vai rodar no relógio o tempo de 3 minutos, vai tocar uma sirene, vamos colocar mais 1 minuto, mas com a tranquilidade que sempre tivemos, só para garantir o tempo, e depois combinaremos com a mesa os últimos encaminhamentos.
Concedo a palavra ao Thiago, do Mamulengo.
THIAGO DIAS FRANCISCO – Boa tarde. Primeiramente, quero cumprimentar todos e todas presentes. Agradeço a oportunidade de estar aqui e, desde já, quero parabenizá-los pela realização das Jornadas do Patrimônio.
Sou Thiago Francisco, sou do grupo Mamulengo Fuzuê. Sou também integrante da ACTB, a Associação Candanga de Teatro de Bonecos; participei do Condepac como suplente, representante da sociedade civil; e sou detentor do teatro popular de bonecos do Nordeste. Sou ceilandense, nasci em Ceilândia, brasiliense de Ceilândia.
O teatro popular de bonecos está presente no Distrito Federal desde a época da construção. Há relatos no arquivo público de que havia apresentações de teatro de mamulengo no intervalo dos trabalhadores. Porém, infelizmente, não sabemos quem eram esses brincantes que estavam no momento da construção. Eles ficaram no anonimato.
Há registros, já no final das décadas de 1970 e 1980, de outros brincantes. Retomamos essas memórias e esses registros.
Estamos em um momento de celebração do aniversário de 65 anos da cidade. Fiquei fazendo uma reflexão sobre 65 anos e até conversei com um amigo. Ele falou: “Essa é uma idade complicada, porque já começamos a perceber que temos mais passado que futuro”. É o momento em que vamos parar para pensar no nosso legado, no que deixamos para as próximas gerações.
Como diz o Leandro, é bom pensar que a nossa cidade tem muito mais futuro. Conseguimos imaginar o futuro da cidade. Conseguimos enxergar a cidade com 65 anos ainda jovem.
Fiz essa reflexão sobre os 65 anos, e esse mesmo amigo me disse: “Eu percebi que fiquei, por muito tempo na minha vida, tentando construir um patrimônio para a minha família e trabalhando para deixar algumas coisas materiais”. Depois, aos 65 anos, ele parou e percebeu que essa não era a coisa mais importante e que, talvez, tenha perdido muito tempo da vida, nesse sentido.
Quando vamos para as escolas falar de educação patrimonial, com o teatro de bonecos, perguntamos para as crianças o que é patrimônio. Elas falam, sempre, das coisas materiais. A reflexão que eu gostaria de fazer é sobre o patrimônio imaterial. As Jornadas do Patrimônio vêm sempre fazendo esse diálogo e compreendendo a cultura como algo muito importante.
Para nós, é essencial estar presentes às escolas, para construir outra perspectiva do que é patrimônio, de qual é o nosso legado e do que estamos deixando para as gerações futuras.
Acredito que já avançamos na conservação do patrimônio material. Porém, em relação ao patrimônio imaterial, como diz a ex-deputada Arlete Sampaio, acredito que temos que ser vanguarda. Devemos pensar no modelo de cidade e no que estamos valorizando mais na vida.
Temos que compreender que o patrimônio material passa pela valorização das pessoas, dos mestres e dos aprendizes. Para pensarmos nisso, temos que pensar em todo um ecossistema para que os mestres e os brincantes consigam manter vivos a tradição e o fazer artístico.
Então, acredito que temos que ser vanguarda e pensar em como colaborar para a manutenção e para a salvaguarda dos mestres, dos brincantes e dos aprendizes dessa memória, desse fazer imaterial, desse bem, dessa riqueza que temos. É isso que vai construir a nossa identidade.
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Muito bem!
Obrigado, Thiago. No final, fazemos um apanhado do que podemos pensar juntos.
Neste momento, concedo a palavra ao senhor Francisco Paulo Melo, que é curador, artista e jornalista da revista BSB People.
PAULO MELO – Antes de tudo, é um prazer estar aqui. Tive uma surpresa quando passei por aqui para resolver algo. Estou com uma exposição chamada Alma Negra Viva! na galeria desta casa. Eu vim consertar alguns detalhes como curador e, de repente, eu vi isso acontecendo. Eu entrei, porque gosto muito desse deputado que está aí à frente, que olha para mim neste momento, que é o deputado Gabriel Magno.
Sou líder comunitário em São Sebastião. Eu procuro ajudar o povo. Eu não tenho mulher, não tenho filho, não tenho ninguém. Eu tenho o povo. Com isso, entrei para o mundo das artes, pois eu já era artista plástico. Comecei a trabalhar e, de repente, surpreendi-me. Tornei-me curador com os estudos. Como se diz, comecei a brincar, e a brincadeira ficou séria. Ela ficou séria ao ponto de hoje eu estar movimentando um grupo de artistas, os mais conhecidos da cidade, que são todos amigos meus há 25 anos, devido ao jornalismo e ao colunismo social.
Eu tenho várias aberturas não só em Brasília, mas em São Paulo também. Eu comecei a preparar exposições em Brasília e levei um pouco do que eu estava fazendo aqui para São Paulo. O pessoal de São Paulo me abriu o mercado de lá. Agora estou fazendo o trecho Brasília-São Paulo, São Paulo-Brasília. Belo Horizonte está me chamando. Salvador está me chamando, que é onde tenho meus contatos e amigos do mundo das artes. Eu estou desenvolvendo essa integração, porque estamos em Brasília, capital do Brasil.
Nós precisamos reunir os artistas não só de Brasília, mas do Brasil para levar isso para a Bienal de Veneza. No próximo ano, estarei indo à Bienal de Veneza. Eu estou indo agora à Bienal de São Paulo. No dia 30, estarei realizando reuniões em São Paulo me preparando para a Bienal de São Paulo. Eu gostaria muito de ter suporte para levar os artistas do Brasil e a arte brasileira. Quando vemos em termos de arte, só se fala de Nova Iorque e Londres. Quando se colocam na escala as artes, aparecem a Europa e os Estados Unidos, e o Brasil está ao final. Eu fico triste quando vejo o Brasil em 15º ou 18º lugar no mundo das artes.
Temos muitos artistas, temos criatividade. Nós somos um povo que se vira nos 30. Nós temos muita criatividade, muitos artistas para mostrar ao mundo. Precisamos abrir essas portas.
Eu comecei a fazer esse intercâmbio dentro da cidade e fui levado para fora. Hoje estou em São Paulo e quero atingir Belo Horizonte e outras capitais também, como Salvador, onde já tenho conexões. O objetivo é fazermos uma exposição linda e maravilhosa que represente o Brasil, mostrarmos nosso país lá fora.
A Bienal de Veneza será em 2026, aproximadamente em maio. Nós temos um ano para trabalhar em cima disso. Eu conto com a colaboração de vocês. Obrigado.
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Obrigado, Francisco.
Anuncio a presença da senhora Bia Couto, que é arquiteta, urbanista e analista na Secretaria de Estado de Cultura.
Chegaram aqui os queridos Élcio e Juliana, da turma da Jornada do Patrimônio, sempre grandes parceiros, que têm lutado muito para que as jornadas aconteçam. Então, a minha gratidão está aqui. Registro a presença de vocês. Vocês são muito bem-vindos e bem-vindas. Vamos continuar nesse exercício e esforço para que as jornadas cresçam cada dia mais.
Já foi feito pela Vanessa o convite para o edital que saiu. É uma pauta que temos discutido bastante. Vou deixar registrado isso aqui. Obrigado pela presença de vocês.
Concedo a palavra ao Thiago, superintendente do Iphan do Distrito Federal.
THIAGO PERPÉTUO – Boa tarde a todas as pessoas presentes. É uma alegria poder participar deste momento nesta casa tão importante. Faço uma saudação a todos os presentes na mesa na figura do deputado Gabriel Magno, que tem feito uma atividade sempre muito constante relacionada à cultura em todos os aspectos dentro desta casa. Saúdo meu presidente Leandro Grass; Arlete Sampaio, que é uma lutadora da cultura brasiliense desde sempre.
Eu vou falar brevíssimas palavras inicialmente sobre a alegria de estarmos, mais uma vez, discutindo a questão das Jornadas do Patrimônio. Eu, neste momento, sou superintendente, mas falo como técnico do Iphan, como servidor da casa. Nós buscamos, em conjunto com os servidores tanto da Secretaria de Educação quanto da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, ano após ano, tentar fortalecer as Jornadas do Patrimônio, que não são simplesmente uma efeméride, um momento. Para nós, elas são uma construção e, ano após ano, são, cada vez mais, fortalecidas. Nelas, buscamos conexões e buscamos valorizar e fomentar o patrimônio em diversas das suas expectativas.
Para nós, é muito gratificante que, neste momento, contemos com o apoio de emendas parlamentares de deputados da nossa base, exatamente porque, sem esse apoio, teremos uma dificuldade muito grande de implementar todas as ações decorrentes dessas jornadas, que são tão importantes.
Eu gostaria também de fazer uma breve colocação. Estamos vivendo também um momento muito delicado do ponto de vista da gestão do patrimônio cultural, em nível nacional inclusive. Neste momento, os servidores da cultura estão reivindicando que haja uma valorização da carreira da cultura, pois estamos vivendo um momento que é quase surreal. Estamos vivendo uma euforia muito grande por conta da revalorização do Ministério da Cultura, de um investimento massivo que tem sido feito pelo governo Lula, só que, ao mesmo tempo, os servidores da carreira da cultura, que é uma das carreiras menos valorizadas da Esplanada dos Ministérios, estão debandando. A palavra é essa.
Então, preciso compartilhar esse momento com vocês. A despeito de eu estar falando sobre uma perspectiva mais federal, eu também gostaria de aproveitar esse espaço para fazer um apelo pela valorização dos servidores da cultura, inclusive do Distrito Federal. Quando pensamos em falar a respeito da gestão e das políticas públicas, da gestão dessas políticas portanto, também precisamos pensar na valorização daquelas pessoas que, ao mesmo tempo, têm que trabalhar na perspectiva dos detentores do patrimônio cultural da maior cidade tombada de que se tem notícia e enfrentar um enorme desafio: trabalhar os bens culturais, sedes dos Poderes da República.
Esse é um esforço enorme, é um esforço conjunto que está se tornando cada vez mais impraticável, devido à quantidade de servidores que estão buscando outras colocações, dentro e fora do serviço público, exatamente porque, do ponto de vista da valorização da carreira, ainda existe uma defasagem muito grande.
Quero aqui testemunhar, inclusive, que o Leandro Grass tem feito quase uma guerra, no melhor sentido da palavra, para buscar essa valorização junto ao MGI. Ele tem feito diversas conversas, mas faço um apelo para que as pessoas levem isso à nossa base, à mídia, se for o caso, a fim de que esse assunto ganhe visibilidade.
Os servidores da cultura precisam ser valorizados. Estamos vivendo, neste momento, tanto no Distrito Federal quanto no Brasil, uma situação realmente bastante delicada.
Eu gostaria que as pessoas compreendessem que a gestão da política da cultura, que é tão transversal, perpassa, na verdade, por todas as outras pastas. Não estou falando que ela está ligada simplesmente a turismo e educação, não. Defendo que a cultura perpasse, literalmente, por todas as pastas. Ela está relacionada ao Ministério da Saúde, está relacionada ao Ministério da Gestão e da Inovação, está relacionada à perspectiva do desenvolvimento da nossa nação. Isso, nesta cidade, especificamente, também é muito verdade.
Eu gostaria, portanto, de agradecer a oportunidade de estarmos todos aqui para trazer essa palavra de apoio para a valorização dos servidores da cultura.
Muito obrigado.
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Obrigado, Thiago.
É fundamental registrar o nosso apoio à justa, merecida e necessária valorização dos servidores da cultura, no âmbito do Brasil e no âmbito do Distrito Federal.
Quero trazer, Thiago, um dado importante dessa disputa, dessa luta, dessa guerra travada no parlamento pela valorização dos servidores da cultura, que são os responsáveis pela efetivação da política cultural.
No Distrito Federal, existem, no total, por meio da lei que regulamenta a carreira dos servidores públicos da Secretaria de Estado de Cultura, 900 cargos. Desses 900 cargos, 119 estão ocupados hoje. São 781 cargos vagos. Apenas 13% dos cargos totais da Secretaria de Estado de Cultura estão ocupados por servidores públicos efetivos. Isso, obviamente, tem impacto direto na ponta da execução da política cultural.
Com muito esforço – já que, nos últimos anos, todas as Leis de Diretrizes Orçamentárias vinham zeradas para o preenchimento dessas vagas – conseguimos que a LDO de 2025 previsse 120 nomeações de servidores para a Secretaria de Estado de Cultura. Elas são importantes, embora, diante desse número, sejam insuficientes, visto que existem 781 cargos vagos, mas 120 cargos a mais vão dobrar a força de trabalho da Secretaria de Estado de Cultura.
Vamos continuar nessa briga não só para que haja concurso público e nomeação, mas também para que seja estabelecida a necessária reestruturação e valorização da carreira, como aconteceu recentemente. Tivemos uma importante reestruturação na carreira dos músicos e das musicistas que compõem a Orquestra Sinfônica. Conseguimos, a partir dessa luta e mobilização, a reestruturação da carreira, que foi aprovada na Câmara Legislativa.
Eu gostaria de perguntar à mesa se alguém quer fazer alguma consideração. Antes de passar a palavra, quero falar, como combinado com vocês, sobre os encaminhamentos.
Do ponto de vista das jornadas, continuamos na disputa, na luta e na briga para incorporar o que a lei já determina no orçamento. Vamos iniciar o ano de 2026 na Comissão de Educação e Cultura com os debates da LDO neste semestre e da LOA no segundo semestre para garantir os recursos no orçamento, evitando depender das emendas parlamentares. Até lá, reafirmamos nosso compromisso público de destinar recursos por meio das emendas individuais do nosso mandato, para que as jornadas possam se efetivar e funcionar.
Temos conversado muito e pensado em dispositivos e mecanismos orçamentários para que esse processo aconteça, até por meio do PDAF. Neste ano, estamos organizando e desenhando uma iniciativa nova, para ver como conseguimos fazer com que esses recursos para as jornadas aconteçam por meio do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira das escolas no Distrito Federal, que é o PDAF. Isso fica combinado.
Sobre essa questão que a Vanessa trouxe de um grupo de trabalho, da constituição de um processo para a construção desse memorial das jornadas, para resgatar essa história e produzir conteúdo sobre isso. Nós também já tínhamos combinado um processo de desenho de uma cartilha do patrimônio para levarmos às escolas da rede, tentando distribuir, por meio da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Legislativa, em parceria com a Secretaria de Educação e com esse grupo que acompanha as jornadas. Assim, poderemos chegar às 705 escolas públicas do Distrito Federal com a cartilha do patrimônio cultural.
Leandro e Thiago, no Distrito Federal, convidamos o Iphan para pensarmos juntos o conteúdo e o desenho desse material para as escolas. Acho que isso qualifica o debate da política e massifica e democratiza o acesso aos nossos estudantes, professores, professoras e profissionais na Secretaria de Educação. Acho que essa seria a primeira etapa de encaminhamento da jornada.
A segunda etapa é o compromisso que temos, por meio da Comissão de Educação e Cultura, no debate que está sendo realizado na cidade e será realizado na Câmara Legislativa sobre o PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial –, com a construção de um capítulo de cultura no PDOT. Temos apresentado isso em reuniões públicas e oficinas do PDOT. Agora, vamos começar a fazer isso com o setor cultural. A partir do final de abril e início de maio, vamos iniciar uma série de oficinas organizadas pelo mandato e pela comissão para debater e discutir o PDOT, com um viés na escuta ativa do setor cultural – artistas, produtores culturais, trabalhadores da cultura, setor empresarial da cultura, donos de bares, restaurantes e casas. Vamos pensar o desenho da cidade que o PDOT vai montar, aquilo que deve ser induzido pelo próprio orçamento das políticas públicas. Vamos verificar como o setor cultural entra nesse desenho, além de acompanhar aquilo que está previsto no PPCUB. Isso fica no segundo eixo de encaminhamentos da nossa comissão.
O terceiro eixo foi apresentado pelo Thiago. Há um projeto de lei tramitando nesta casa, de autoria do deputado Rogério Morro da Cruz, a quem saúdo pela iniciativa, sobre a salvaguarda e proteção dos mestres de cultura. Estamos acompanhando esse debate para que ele possa tramitar e chegar ao plenário. Há um diálogo com a Secretaria de Cultura. Obviamente, a lei ajuda muito e dá força institucional para esse processo. Esse projeto foi relatado na Comissão de Educação e Cultura. Que a Secretaria de Cultura também pense em política pública – independentemente do tempo legislativo que a casa terá para a aprovação ou não do projeto – para desenhar esse importante instrumento de preservação que o Thiago trouxe.
Leandro, reafirmo as parcerias que já temos feito com o Iphan, do ponto de vista dos equipamentos e do debate sobre o patrimônio na cidade. Recentemente, fizemos uma visita ao Teatro Nacional e temos acompanhado esse processo. Você já apresentou aqui outros equipamentos que o Iphan tem acompanhado com muito cuidado. Fica o compromisso da Comissão de Educação e Cultura desta casa de estar junto nesse processo, não só de fiscalização, mas também de acompanhamento da execução dessas obras e processos. Estamos à disposição do Iphan para o que for preciso, no parlamento e na Comissão de Educação e Cultura da Câmara Legislativa, para pensarmos juntos a política de patrimônio cultural da nossa cidade. Esses são os elementos gerais dos nossos encaminhamentos.
Pergunto se alguém quer fazer alguma contribuição ou novo encaminhamento.
Concedo a palavra ao Tico Magalhães.
TICO MAGALHÃES – Vou fazer 2 convites. O primeiro é para que nos preocupemos mais com os espaços culturais e suas reformas. O segundo é para que visitemos os espaços existentes, que muitas vezes não são oficiais. Essa utopia de Brasília continua existindo nesses espaços, são comunidades juntas criando brincadeiras, identidades coletivas e novas formas de estar na cidade. Essa utopia que pensamos e que foi escondida pela ditadura militar, como mencionamos, continua existindo nesses espaços, daí a importância desses lugares.
Nós citamos a Vila Cobra Coral. No dia 14 de janeiro deste ano, já estava marcada uma derrubada para esse local, mas conseguimos evitá-la mais uma vez. É um lugar que tem um brinquedo que é patrimônio cultural e imaterial da cidade. No ano passado, fizemos 3 festas neste local e elas viraram lei nesta cidade. Há mais de 10 anos estamos no PAS, no vestibular da UnB, para o qual alunos de primeiro, segundo e terceiro anos de escolas públicas e particulares estudam mitologia. Hoje atendemos inúmeras escolas e aprovamos um projeto pelo FAC, chamado Brasilidades, por meio do qual vamos fortalecer esse envolvimento maior com as escolas. A proposta é que possamos também visitar esses espaços.
Já tivemos a primeira festa dessas 3 que se tornaram agora patrimônio imaterial. É importante que visitemos esses lugares e que cuidemos deles, porque também estão sendo ameaçados. É um pouco o papel do Seu Estrelo criar esses patrimônios e acredito muito nisso. É preciso entendermos o que chegou aqui.
O Vladimir Carvalho falava muito isso: “Chegou aqui, mas quando também criaremos, a partir daqui, a nossa identidade?” Só teremos uma geração, pessoas brigando pela cidade, quando elas aprenderem a amar essa cidade. A arte é, novamente, uma das formas por meio da qual conseguimos fazer isso, criar brincadeiras que deem sentido à cidade e que tragam esse olhar para a própria cidade. Então, precisamos criar os nossos patrimônios, além de preservar os que aqui já existem, os que já fazem sua brincadeira. Precisamos criar essa identidade também.
Por fim, eu gostaria de fazer um convite a todos. No dia 1º de maio, faremos, no Museu, pelo segundo ano, um projeto intitulado Conterrâneos Novos de Guerra. Este projeto é uma homenagem ao cineasta Vladimir Carvalho, inspirado em sua obra Conterrâneos Velhos de Guerra. O projeto mostra as pessoas que estão construindo esta cidade por meio da cultura. No dia 1º de maio, o filme será projetado na cúpula do museu, e haverá diversos shows com artistas, com esse povo que está fazendo a cultura da cidade.
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – A Orquestra Alada Trovão da Mata vai estar lá – não é, Tico?
TICO MAGALHÃES – Vai estar lá a orquestra, o Seu Estrelo...
Quero também parabenizar o Condepac pelo trabalho; há pessoas muito corajosas lá. Quando entramos com o pedido, no ano passado, por ele ter registrado o Seu Estrelo como patrimônio cultural e imaterial da cidade. Isso é mostrar que esta cidade, sim, está aberta à invenção cultural. Precisamos inventar a cidade que queremos.
PRESIDENTE DEPUTADO GABRIEL MAGNO (PT) – Muito bem. O Tico abriu e encerrou brilhantemente esta comissão geral.
Agradeço, mais uma vez, a presença de todos.
Antes de finalizar, registro que ontem, 23 de abril, foi celebrado o Dia do Choro, uma expressão cultural reconhecida como patrimônio no ano passado. Deixamos esse registro nesta comissão geral.
Como não há mais assunto a tratar, declaro encerrada a presente comissão geral, bem como a sessão ordinária que lhe deu origem.
Observação: nas notas taquigráficas, os nomes próprios ausentes de sites governamentais oficiais são reproduzidos de acordo com a lista disponibilizada pelo Cerimonial desta casa ou pelo gabinete do deputado autor do requerimento de realização deste evento.
Todos os discursos são registrados sem a revisão dos oradores, exceto quando indicado, nos termos do Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Siglas com ocorrência neste evento:
ACTB – Associação Candanga de Teatro de Bonecos
CED – Centro Educacional
Condepac-DF – Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal
FAC – Fundo de Apoio à Cultura
Fifa – Fédération Internationale de Football Association; em português, Federação Internacional de Associações de Futebol
Geapla – Gerência de Educação Ambiental, Patrimonial, Língua Estrangeira e Arte-Educação
Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA – Lei Orçamentária Anual
MGI – Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento
PAD-DF – Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal
PAS – Programa de Avaliação Seriada
PDAF – Programa de Descentralização Administrativa e Financeira
PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial
PPCUB – Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília
Secec – Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Seduh – Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação
SEI – Sistema Eletrônico de Informações
SUS – Sistema Único de Saúde
UnB – Universidade de Brasília
Unesco – United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization; em português, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
As proposições constantes da presente ata circunstanciada podem ser consultadas no portal da CLDF.
Documento assinado eletronicamente por MIRIAM DE JESUS LOPES AMARAL - Matr. 13516, Chefe do Setor de Registro e Redação Legislativa, em 29/04/2025, às 15:47, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025. |
A autenticidade do documento pode ser conferida no site: |
DCL n° 092, de 07 de maio de 2025
Atos 80/2025
Mesa Diretora
ATO DA MESA DIRETORA Nº 80, DE 2025
Altera o Ato da Mesa Diretora nº 150, de
2023, que dispõe sobre o horário de
funcionamento da Câmara Legislativa do
Distrito Federal – CLDF e de atendimento
ao público, a jornada e o regime de
trabalho, o controle de frequência, a
jornada extraordinária e o teletrabalho
referente a seus servidores e dá outras
providências.
A MESA DIRETORA DA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL, no uso de suas
atribuições legais e regimentais, RESOLVE:
Art. 1º Alterar o disposto no Ato da Mesa Diretora nº 150, de 2023, que passa a
vigorar com a seguinte redação:
Art. 26. ...
...
§ 3º As unidades que realizarem teletrabalho devem manter, no mÃnimo, 70% do seu
quadro de servidores, descontados os servidores legalmente afastados, para
atendimento presencial durante o horário de funcionamento da CLDF.
§ 4º No caso de obtenção de número fracionário na aplicação do percentual
estabelecido no § 3º deste artigo, deverá ser realizado arredondamento para o número
inteiro imediatamente superior.
...
Art. 27. A chefia da unidade que pretender implementar o teletrabalho, como estratégia
de gestão, deverá elaborar plano de trabalho para a unidade, observando:
...
II – a definição das metas, atividades, tarefas, projetos ou outros critérios a serem
usados para aferição da produtividade;
...
§ 1º O plano de trabalho da unidade deverá ser endossado pela chefia imediata,
aprovado pelo chefe mediato à qual está vinculada e autorizado pelo Secretário-
Executivo da área de atuação.
§ 2º A autorização do plano de trabalho da unidade será efetivada por intermédio de
Portaria a ser expedida pelo Secretário-Executivo competente, a qual deverá ser
encaminhada ao GMD para providências relativas à sua publicação oficial.
§ 3º No caso de descumprimento das diretrizes estabelecidas para o teletrabalho por
parte das unidades, poderá o Secretário-Executivo competente revogar a autorização
concedida para a permanência no referido regime.
Art. 28. A participação do servidor no teletrabalho condiciona-se à autorização formal da
chefia imediata e da chefia mediata, em Formulário de Pactuação de Atividades e
Metas, o qual deve ser encaminhado para conhecimento do NCAD.
§ 1º A chefia imediata deve estabelecer as metas, atividades, tarefas, projetos ou
outros critérios a serem alcançados, definidos em consenso com o servidor.
§ 2º ...
...
II – as metas a serem alcançadas devem ser descritas com base nos seguintes critérios:
especÃfico, mensurável, atingÃvel, realista e temporal;
...
IV – o teletrabalho será realizado na forma semipresencial, parte desempenhada nas
dependências da CLDF, parte desempenhada fora delas, sendo a escala previamente
acordada com a chefia imediata;
...
§ 6º O controle das metas de que trata o art. 27, III, será realizado mensalmente pela
chefia imediata por meio do Formulário de Aferição e Atesto de Metas, devidamente
submetido à chefia mediata, e deverá ser encaminhado ao Núcleo de Carreira e
Desempenho – NCAD, até o 5º dia útil do mês subsequente.
...
§ 9º Se o servidor estiver lotado em núcleo, a sua participação no teletrabalho
condiciona-se ainda à autorização formal da chefia hierarquicamente superior à chefia
mediata, limitada ao nÃvel hierárquico de Diretoria.
§ 10. A realização do teletrabalho exige o cumprimento de jornada presencial mÃnima de
3 (três) dias por semana.
§ 11. Os dias escolhidos para a realização do teletrabalho não poderão ser consecutivos,
e é vedada a realização cumulativa às segundas e às sextas-feiras.
§ 12. O teletrabalho somente poderá ser realizado no Distrito Federal ou nos municÃpios
que compõe a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal - RIDE-DF.
§ 13. A pactuação de que trata o caput deverá ser realizada de forma mensal,
trimestral ou semestral.
§ 14. Havendo alteração ou nova pactuação, novo Formulário de Pactuação de
Atividades e Metas deverá ser encaminhado ao NCAD para acompanhamento.
Art. 29. A participação do servidor no teletrabalho poderá ser revista, a critério da
Administração, mediante justificativa fundamentada, ou a pedido do servidor, devendo
ser atualizada em novo Formulário de Pactuação de Atividades e Metas, nos termos do
art. 28.
Art. 30. ...
...
§ 2º A chefia imediata comunicará formalmente ao Núcleo de Carreira e Desempenho –
NCAD os nomes dos servidores em teletrabalho, para adoção das providências
necessárias à adequação do sistema de registro de ponto e anotações administrativas
pertinentes.
§ 3º O NCAD disponibilizará mensalmente no Diário da Câmara Legislativa e no Portal
Transparência da CLDF, relação e percentual dos servidores em teletrabalho.
Art. 31. ...
I – esteja em estágio probatório;
...
V – não tenha alcançado, no mÃnimo, 70% de nota na avaliação de desempenho;
VI – exerça cargo em comissão de chefia de setor, assessoria, secretário de comissão e
demais cargos de mesmo nÃvel hierárquico ou superior;
VII – exerça atividade cujas caracterÃsticas não permitam a mensuração dos resultados
das respectivas unidades e do desempenho do participante.
...
Art. 32. ...
...
XI – realizar anualmente cursos sobre boas práticas de teletrabalho, conforme Plano de
Educação desenvolvido pela ELEGIS.
...
§ 3º As convocações para que o servidor em teletrabalho compareça às dependências
da CLDF devem respeitar o dia de comparecimento requerido pela chefia imediata,
considerando o interesse público envolvido, não podendo ser inferior a 24 horas, salvo
motivo excepcional devidamente justificado que requeira a presença urgente do
servidor.
...
Art. 33. ...
...
V – encaminhar ao Secretário-Executivo competente, para ciência, e ao NCAD, para
controle, até o 20º dia de cada mês, a escala dos servidores que estarão em
teletrabalho no mês subsequente, contendo:
a) nome;
b) matrÃcula;
c) unidade de lotação;
d) os dias e turnos de trabalho presencial;
Parágrafo único. A chefia imediata é responsável pelo controle e pela veracidade das
informações de todos os seus servidores, podendo responder pela realização irregular
do teletrabalho em sua unidade.
Art. 35. ...
...
Parágrafo único. O desligamento do servidor em regime de teletrabalho antes do
prazo previsto deverá ser formalizado, com antecedência mÃnima de 30 dias, por meio
de formulário próprio, o qual deverá ser assinado pela chefia imediata e enviado ao
NCAD para as providências administrativas necessárias, sendo que os casos
excepcionais serão apreciados pelo Gabinete da Mesa Diretora.
...
Art. 36. ...
§ 1º A unidade de lotação deverá lançar, no relatório de frequência, informação de que
o servidor está em regime de teletrabalho e a sua respectiva jornada de trabalho, o que
valerá para efeito de registro de frequência.
§ 2º Após 5 (cinco) dias úteis consecutivos sem registro de entregas ou justificativa
válida deverá ser revogado o teletrabalho, bem como o servidor ficará impedido de
requerer nova autorização do teletrabalho durante 12 meses contados da data da
revogação, salvo motivo justificado e acolhido pela chefia imediata.
§ 3º Na hipótese de atraso justificado no cumprimento das metas, a chefia imediata
deve estabelecer regras de compensação.
§ 4º Durante o perÃodo de atuação em regime de teletrabalho, o servidor não terá suas
horas trabalhadas computadas para fins de banco de horas.
...
§ 6º Os servidores que fazem jus aos adicionais de insalubridade ou de periculosidade
não os receberão pelo perÃodo que permanecerem no teletrabalho, salvo nos casos em
que exercerem atividades presenciais, devendo ser pagos proporcionalmente aos
respectivos dias trabalhados.
...
Art. 39. O servidor em teletrabalho fará jus ao pagamento do auxÃlio-transporte nos
casos em que houver deslocamentos de sua residência para o local de trabalho e vice-
versa.
...
Art. 47-A. Fica estabelecido o prazo de 30 dias, contados a partir da publicação deste
Ato, para que as unidades realizem a revisão e a devida adequação do regime de
teletrabalho, de modo a assegurar o integral cumprimento das disposições
regulamentadas neste Ato.
Art. 2º Este Ato entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário, em especial as alÃneas “a†e “b†do inciso IV
do § 2º do art. 28, o inciso VI do art. 33, e os arts. 34, 40 e 41 do Ato da Mesa Diretora nº 150, de
2023.
Sala de Reuniões, 6 de maio de 2025.
DEPUTADO WELLINGTON LUIZ
Presidente
DEPUTADO RICARDO VALE
1º Vice-Presidente
DEPUTADA PAULA BELMONTE
2ª Vice-Presidente
DEPUTADO PASTOR DANIEL DE CASTRO
1º Secretário
DEPUTADO ROOSEVELT
2º Secretário
DEPUTADO MARTINS MACHADO
3º Secretário
DEPUTADO ROBÉRIO NEGREIROS
4º Secretário
Documento assinado eletronicamente por DANIEL DE CASTRO SOUSA - Matr. 00160, Primeiro(a)-
Secretário(a), em 06/05/2025, às 15:46, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025,
publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por ROBERIO BANDEIRA DE NEGREIROS FILHO - Matr.
00128, Quarto(a)-Secretário(a), em 06/05/2025, às 17:08, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n°
51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por ROOSEVELT VILELA PIRES - Matr. 00141, Segundo(a)-
Secretário(a), em 06/05/2025, às 17:53, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025,
publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por WELLINGTON LUIZ DE SOUZA SILVA - Matr.
00142, Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em 06/05/2025, às 18:28, conforme Art.
30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº
62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por PAULA MORENO PARO BELMONTE - Matr. 00169, Segundo(a)
Vice-Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em 06/05/2025, às 19:37, conforme Art. 30,
do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62,
de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por MARCOS MARTINS MACHADO - Matr. 00155, Terceiro(a)-
Secretário(a), em 06/05/2025, às 20:23, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025,
publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site:
http://sei.cl.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
Código Verificador: 2124587 Código CRC: ED538BA1.
DCL n° 092, de 07 de maio de 2025
Atos 81/2025
Mesa Diretora
ATO DA MESA DIRETORA Nº 81, DE 2025
Revoga Portaria da Diretoria de Gestão de
Pessoas.
A MESA DIRETORA DA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL, no uso de suas
atribuições regimentais, e considerando o disposto no Ato da Mesa Diretora nº 80, de 2025, bem como
o § 3º do art. 1º da Resolução nº 337, de 2023, RESOLVE:
Art. 1º Fica revogada a Portaria-DGP nº 611, de 11 de dezembro de 2024, publicada no Diário
da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 274, de 13 de dezembro de 2024.
Art. 2º Este Ato entra em vigor na data de sua publicação.
Sala de Reuniões, 6 de maio de 2025.
DEPUTADO WELLINGTON LUIZ
Presidente
DEPUTADO RICARDO VALE
1º Vice-Presidente
DEPUTADA PAULA BELMONTE
2ª Vice-Presidente
DEPUTADO PASTOR DANIEL DE CASTRO
1º Secretário
DEPUTADO ROOSEVELT
2º Secretário
DEPUTADO MARTINS MACHADO
3º Secretário
DEPUTADO ROBÉRIO NEGREIROS
4º Secretário
Documento assinado eletronicamente por ROBERIO BANDEIRA DE NEGREIROS FILHO - Matr.
00128, Quarto(a)-Secretário(a), em 06/05/2025, às 17:48, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n°
51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por ROOSEVELT VILELA PIRES - Matr. 00141, Segundo(a)-
Secretário(a), em 06/05/2025, às 17:53, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025,
publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por DANIEL DE CASTRO SOUSA - Matr. 00160, Primeiro(a)-
Secretário(a), em 06/05/2025, às 18:11, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025,
publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por WELLINGTON LUIZ DE SOUZA SILVA - Matr.
00142, Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em 06/05/2025, às 18:28, conforme Art.
30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº
62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por PAULA MORENO PARO BELMONTE - Matr. 00169, Segundo(a)
Vice-Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em 06/05/2025, às 19:38, conforme Art. 30,
do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62,
de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por MARCOS MARTINS MACHADO - Matr. 00155, Terceiro(a)-
Secretário(a), em 06/05/2025, às 20:23, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025,
publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site:
http://sei.cl.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
Código Verificador: 2126886 Código CRC: EC63EC55.
DCL n° 092, de 07 de maio de 2025
Atos 251/2025
Presidente
ATO DO PRESIDENTE Nº 251, DE 2025
O PRESIDENTE DA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL, no uso de suas atribuições
regimentais e nos termos da Lei distrital nº 4.342/2009, RESOLVE:
1. EXONERAR GIL GUERRA PEREIRA, matrÃcula nº 23.797, do Cargo Especial de Gabinete,
CL-02, da Liderança do Cidadania, bem como NOMEÃ-LO para exercer o Cargo Especial de Gabinete,
CL-04, na referida liderança. (LP).
2. NOMEAR FERNANDO SIQUEIRA GUIMARAES, requisitado da PolÃcia Militar do Distrito
Federal, para exercer o Cargo Especial de Gabinete, CL-07, no gabinete parlamentar do deputado
Hermeto. (RQ).
BrasÃlia, 06 de maio de 2025.
DEPUTADO WELLINGTON LUIZ
Presidente
Documento assinado eletronicamente por WELLINGTON LUIZ DE SOUZA SILVA - Matr.
00142, Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em 06/05/2025, às 18:29, conforme Art.
30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº
62, de 27 de março de 2025.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site:
http://sei.cl.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
Código Verificador: 2126227 Código CRC: 7391F778.
DCL n° 092, de 07 de maio de 2025
Designação de Relatorias 1/2025
CDDM
DESIGNAÇÃO DE RELATORES - CDDM
De ordem da Senhora Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Deputada
Doutora Jane, nos termos do art. 89, inciso VI, do Regimento Interno da CLDF, informamos que a
proposição abaixo relacionada foi distribuÃda ao membro desta Comissão para proferir parecer.
PRAZO PARA PARECER: 16 dias úteis, a partir de 07/05/2025
Deputado Pastor Daniel de Castro
1089/2024
BrasÃlia, 06 de maio de 2025.
TATIANA ARAÚJO COSTA
Secretária de Comissão
Documento assinado eletronicamente por TATIANA ARAUJO COSTA - Matr. 23731, Secretário(a) de
Comissão, em 06/05/2025, às 15:04, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025, publicado no
Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site:
http://sei.cl.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
Código Verificador: 2126391 Código CRC: 18DFF6F3.
DCL n° 092, de 07 de maio de 2025
Designação de Relatorias 1/2025
CAS
DESIGNAÇÃO DE RELATORES - CAS
ERRATA
Referente a Publicação de Designação de Relatoria, publicada no Diário da Câmara Legislativa do Distrito
Federal de 05 de maio de 2025, DCL nº 90, página 14:
ONDE SE LÊ:
Deputado Martins Machado
PL 1305/2025
LEIA-SE:
Deputado Martins Machado
PL 1305/2024
BrasÃlia, 06 de maio de 2025
JOÃO MARCELO MARQUES CUNHA
Secretário de Comissão
Documento assinado eletronicamente por JOAO MARCELO MARQUES CUNHA - Matr.
23878, Secretário(a) de Comissão, em 06/05/2025, às 18:17, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora
n° 51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site:
http://sei.cl.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
Código Verificador: 2125541 Código CRC: C2D55182.
DCL n° 092, de 07 de maio de 2025
Portarias 174/2025
Gabinete da Mesa Diretora
PORTARIA-GMD Nº 174, DE 05 DE MAIO DE 2025
O GABINETE DA MESA DIRETORA DA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL, em
conformidade com o Ato da Mesa Diretora nº 50, de 2011, e com o Ato da Mesa Diretora nº 46, de
2017, considerando o Despacho 2121639 e as demais razões apresentadas no Processo SEI 00001-
00009883/2025-51, RESOLVE:
Art. 1º Autorizar a utilização do auditório da CLDF, sem ônus, para a realização de Sessão
Solene em Homenagem ao Movimento Cultural e Social - Moto Clubes, Moto Grupos, Moto Car Clubes e
similares, no dia 09 de maio de 2025, das 19h às 22h.
Parágrafo único. O evento será coordenado pela servidora Daniella Vasconcelos Santana
Brito, matrÃcula nº 19.076, que será responsável por entregar o espaço nas mesmas condições que o
recebeu.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
JOÃO MONTEIRO NETO
Secretário-Geral/Presidência
ANA BEATRIZ FERNANDES WILLEMANN
Secretária-Executiva substituta/1ª Vice-
Presidência
JEAN DE MORAES MACHADO
Secretário-Executivo/2ª Vice-
Presidência
SAMUEL COELHO ALVES KONIG
Secretário-Executivo substituto/1ª
Secretaria
ANDRÉ LUIZ PEREZ NUNES
Secretário-Executivo/2ª
Secretaria
RUSEMBERGUE BARBOSA DE ALMEIDA
Secretário-Executivo/3ª Secretaria
GUILHERME CALHAO MOTTA
Secretário-Executivo/4ª
Secretaria
Documento assinado eletronicamente por SAMUEL COELHO ALVES KONIG - Matr. 23807, Secretário(a)-
Executivo(a) - Substituto(a), em 05/05/2025, às 18:01, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51,
de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por JEAN DE MORAES MACHADO - Matr. 15315, Secretário(a)-
Executivo(a), em 05/05/2025, às 18:09, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025, publicado
no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por ANA BEATRIZ FERNANDES WILLEMANN - Matr.
23889, Secretário(a)-Executivo(a) - Substituto(a), em 05/05/2025, às 18:21, conforme Art. 30, do Ato
da Mesa Diretora n° 51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de
março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por ANDRE LUIZ PEREZ NUNES - Matr. 21912, Secretário(a)-
Executivo(a), em 06/05/2025, às 11:51, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025, publicado
no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por RUSEMBERGUE BARBOSA DE ALMEIDA - Matr.
21481, Secretário(a)-Executivo(a), em 06/05/2025, às 11:54, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora
n° 51, de 2025, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por GUILHERME CALHAO MOTTA - Matr. 24816, Secretário(a)-
Executivo(a), em 06/05/2025, às 13:58, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025, publicado
no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
Documento assinado eletronicamente por JOAO MONTEIRO NETO - Matr. 24064, Secretário(a)-Geral da
Mesa Diretora, em 06/05/2025, às 17:26, conforme Art. 30, do Ato da Mesa Diretora n° 51, de 2025,
publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 62, de 27 de março de 2025.
A autenticidade do documento pode ser conferida no site:
http://sei.cl.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
Código Verificador: 2124921 Código CRC: 2780C976.