(Do Deputado Roosevelt)
Manifesta Moção de Repúdio à abordagem com viés ideológico em questão do ENEM de 2023 que trata do agronegócio no Cerrado.
Senhor Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal:
Nos termos do art. 144 do Regimento Interno desta Casa, o Deputado Roosevelt protocola a presente Moção de Repúdio à abordagem com viés ideológico em questão do ENEM de 2023 que trata do agronegócio no Cerrado.
JUSTIFICAÇÃO
Manifestamos nosso veemente repúdio em relação à questão elaborada no ENEM de 2023 que trata de maneira negativa a "propriedade privada" e afirma que "o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado":
“No Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio. De um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado. Assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a “pragatização” dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”. Os elementos descritos no texto, a respeito territorialização da produção, demonstram que há um:
a) cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida.
b) descaso aos latifundiários, impactando a plantação de alimentos para a exportação.
c) desprezo ao assalariado, afetando o engajamento dos sindicatos para com o trabalhador.
d) desrespeito aos governantes, comprometendo a criação de empregos para o lavrador.
e) assédio ao empresariado, dificultando o investimento de maquinários para a produção.”
Consideramos que tal abordagem distorce a realidade e desvaloriza a importância da propriedade privada como um pilar fundamental da sociedade democrática e do desenvolvimento econômico. Reconhecemos que o modelo capitalista, embora possa apresentar desafios, também oferece oportunidades e incentiva a iniciativa individual, a inovação e o progresso.
É fundamental que o ENEM, como uma importante ferramenta de avaliação educacional, promova uma visão equilibrada e imparcial sobre questões sociais e econômicas. A formulação dessa questão é tendenciosa e prejudica a formação de uma consciência crítica e pluralista nos estudantes.
Isto porque, o agronegócio desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da atividade econômica e na produção de riqueza, renda e empregos no Brasil. Com sua capacidade de produção em larga escala, o agronegócio contribui para o abastecimento interno de alimentos e também para a exportação, fortalecendo a economia do país.
Além disso, o setor agropecuário gera empregos diretos e indiretos, proporcionando oportunidades de trabalho e impulsionando o crescimento das regiões rurais.
Para se ter uma ideia, 28,1 milhões de brasileiros trabalham no agronegócio brasileiro, ou seja, são 28 milhões de famílias, cerca de um quarto da população nacional, vive da produção agrícola no nosso país. (https://forbes.com.br/forbesagro/2023/08/agronegocio-emprega-mais-de-28-milhoes-de-brasileiros/#:~:text=As%20pessoas%20trabalhando%20no%20agroneg%C3%B3cio,ao%20mesmo%20per%C3%ADodo%20de%202022).
Atentar contra o agronegócio e tentar colocar o povo contra a produção rural é um atentado ao meio de subsistência de 28 milhões de famílias brasileiras, uma completa incoerência e falta de empatia com o brasileiro que depende do agronegócio para colocar comida em suas mesas.
Dessa forma, repudiamos a forma como o tema foi abordado, sendo indispensável que o Governo Federal reveja a abordagem adotada nesta questão e garanta que futuras edições do ENEM sejam elaboradas de forma justa, equilibrada e respeitosa, promovendo uma educação de qualidade e livre de viés ideológico.
Diante do exposto, conclamos aos nobres pares para aprovação da presente inciativa.
Sala das Sessões, em …
Deputado ROOSEVELT
PL