Dia Internacional da Luta Camponesa será lembrada com sessão solene
Dia Internacional da Luta Camponesa será lembrada com sessão solene

O evento acontecerá no acampamento do Fórum Nacional Pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, onde será relançada a campanha nacional pelo Limite da Propriedade da Terra: em defesa da Reforma Agrária, soberania territorial e alimentar. Participarão da solenidade entidades representativas como: Cáritas Brasileira; Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC); Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); Pastorais Sociais, CNBB; Conselho Indigenista Missionário (CIMI), entre outras. Ao longo de 500 anos de anos de história, a única Reforma Agrária de que se tem notícia foram as sesmarias. Frente à concentração de terras e um Estado condescendente com o latifúndio, restou aos trabalhadores rurais (aqueles que vivem da terra) se organizar para fazer a Reforma Agrária. E é isso o que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem fazendo ao longo de 24 anos. Durante sua existência o MST tem enfrentado o estado neoliberal, que construiu um modelo social destrutivo aumentando a exclusão e inchando as grandes cidades sem que se apresente uma solução no terreno do capitalismo. As monoculturas, alardeadas pelo agronegócio, têm se revelado uma das maiores pragas da história para a agricultura familiar.
:17 de Abril - Dia Internacional da Luta Camponesa - "Eles chegaram dos dois lados e nós ficamos no meio. Não tínhamos condição de fazer nada. Um monte de policiais armados com fuzil e metralhadoras!", conta Avelino Germiniano, 52 anos, sobrevivente do Massacre de Eldorado dos Carajás.
Triste marca, para lembrar 19 trabalhadores assassinados em Eldorado dos Carajás (PA), por estarem lutando pelo direito à vida; um pedaço de terra. Mesmo com o clamor de inúmeras organizações de todo o mundo, os assassinos continuam impunes.
Quinta-feira, 17 de abril, completam 12 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás. Naquele dia, três mil Sem Terra ocuparam a rodovia PA-150 e caminhavam em direção a Marabá para exigir a desapropriação da Fazenda Macaxeira, conhecido latifúndio improdutivo da região. Quando foram cercados por duas tropas de militares, que abriram fogo para cumprir a ordem do governador do Pará, na época Almir Gabriel, de desobstruir a pista a qualquer custo. A violência sem limites deixou oficialmente 19 trabalhadores mortos. Outros três morreram depois em conseqüência das seqüelas. Até hoje, não se tem certeza se o número corresponde à realidade. Hoje os sobreviventes do massacre vivem no assentamento 17 de abril: Mártires de Carajás. Foi preciso sacrifício humano para que o INCRA reconhecesse a improdutividade da Fazenda Macaxeira.
:O 17 de abril também pode ser lembrado como dia de afirmação onde o sangue daqueles que tombaram renasce todos os dias na luta das mulheres, dos homens e dos jovens contra o agronegócio, as transnacionais, os transgênicos e por soberania alimentar dentro de um novo Projeto para o país onde aqueles que vivem do trabalho na terra sejam tomados em consideração.
(Colaboração Ísis Dantas - gabinete do deputado Paulo Tadeu)