Coronel da PM é ouvido sobre confrontos com estudantes
Coronel da PM é ouvido sobre confrontos com estudantes

A deputada Erika Kokay (PT), presidente da CAS, leu o depoimento de um estudante preso durante a manifestação, em que a polícia é acusada de tortura física e psicológica. Também foi apresentado um vídeo com cenas do tumulto ocorrido na porta da Câmara Legislativa, no dia da eleição indireta para governador do Distrito Federal, ocorrida em 17 de abril.
Raul Cardoso, estudante da Universidade de Brasília, repudiou a atuação da PM nas duas ocasiões. "A lealdade da polícia deveria ser ao Distrito Federal, mas parece que eles só são leais ao governador. Estudantes foram espancados e presos. Um deles só parou de apanhar quando os próprios policiais tiveram receio de matá-lo. A polícia não respeitou nem mesmo seus próprios princípios", afirmou. O estudante ainda fez duras críticas ao coronel Silva Filho. "Como o senhor continua andando fardado? Acho que a polícia deveria mantê-lo afastado enquanto corre o processo contra o senhor", questionou.
O subsecretário de Direitos Humanos do Governo Federal, Derly Cipriano, também se posicionou sobre os episódios. "Só há silêncio nas ditaduras. A democracia é o grito de estudantes, mulheres, negros, índios, homossexuais e pessoas com deficiência. Atos de violência como aqueles mancham a farda do policial. Não é isso que queremos".
O coronel procurou relativizar as críticas, dizendo que a polícia tentou negociar a todo momento com os estudantes. "Infelizmente, quando não há liderança no movimento, a negociação fica difícil e o confronto é praticamente inevitável. Quando não existe um líder o movimento se transforma numa turba", afirmou.
A audiência foi acompanhada por vários estudantes e policiais.