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Voltar Um curta e um longa encerram a Mostra Brasília de cinema nesta sexta-feira

Um curta e um longa encerram a Mostra Brasília de cinema nesta sexta-feira

Publicado em 21/09/2017 18h13

Dois filmes, o curta "Carneiro de Ouro", de Dácia Ibiapina, e o longa "Um domingo de 53 horas", de Cristiano Vieira, encerram nesta sexta-feira (22), a Mostra Brasília, que reúne os filmes concorrentes ao Troféu Câmara Legislativa, que faz parte da programação oficial do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Os filmes serão exibidos no Cine Brasília, às 18h30, com entrada franca, e reprise no dia seguinte, no auditório da Câmara Legislativa, às 10h, para estudantes de escolas públicas e demais interessados.

Os filmes premiados serão conhecidos no domingo (24), durante o encerramento do Festival, a partir das 19h. Nesta 22ª edição, o Troféu Câmara distribuirá um total de R$ 240 mil em prêmios. Quatro longas e 13 curtas disputam a premiação. Os vencedores serão escolhidos pelo cineasta e crítico de cinema Amir Labaki, pela diretora e roteirista Betse de Paula e pelo documentarista e professor Vladimir Carvalho (confira os currículos aqui).

Na noite desta quinta-feira (21), o Cine Brasília ficou lotado mais uma vez para exibição de dois curtas e um longa-metragem. O resgate da cultura indígena e de uma história sobre os primórdios de Brasília foram as questões principais dos filmes exibidos na quarta noite da Mostra Brasília. As três projeções agradaram ao público presente, que aplaudiu ao final de cada exibição.

O curta "Damrõze Akwe, amor e resistência", de Guilherme Cavalli, narra a história de amor de Juvana Sawidi e Durkwa Xakriabá, indígenas do povo Xakriabá, e retrata a cerimônia de união do casal, na língua do povo, chamada de Damrõze Akwe. Sawidi e Durkwa trouxeram de volta para a cultura Xakriabá a cerimônia, depois de quase 80 anos, em São João das Missões (MG).

O diretor Cavalli disse que seu trabalho era um grito por respeito aos direitos dos indígenas e pela luta por demarcação já das reservas. O casal acompanhou a projeção e defendeu a importância dos índios para a proteção da natureza. "Sem a gente, não tem ontem, não tem hoje e não tem amanhã porque somos nós que protegemos a natureza".

O segundo curta da noite, "A margem do universo", do diretor Tiago Esmeraldo, é uma ficção sobre dois seres alienígenas que desembarcam na Terra para uma pretensa investigação espacial, mas, na verdade, eles são observados e estudados. A produção foi filmada no cerrado e os diálogos são de uma língua indígena em extinção, atualmente falada por somente 140 pessoas.

O longa e documentário "O fantástico patinho feio", do diretor Denilson Félix, conta a história de quatro garotos de Brasília que nos anos 60 resolveram construir, num fundo de quintal, um carro de corrida para competir na então segunda maior prova do Brasil, os 500 km de Brasília, com outros 33 carros, muitos deles de grandes marcas internacionais. Largando em último lugar do grid, e após mais de 6 horas de corrida, eles chegaram em segundo lugar na categoria geral. Os jovens acabaram fundando a Oficina Camber, por onde passaram Nelson Piquet, Roberto Pupo Moreno e muitos outros pilotos.

Os agora senhores acompanharam a projeção e ouviram o diretor destacar que a história também é sobre empreendedorismo, "sobre sonhar e correr atrás de realizar seu sonho". Alex Dias Ribeiro, um dos personagens da história, que depois se tornou piloto de sucesso internacional, disse que o filme é uma oportunidade de deixar um legado para as futuras gerações.

Prêmios - O Troféu Câmara Legislativa do Distrito Federal foi criado em 1996 para impulsionar a produção audiovisual brasiliense. Em 22 anos, a CLDF distribuiu R$ 3 milhões em prêmios para 80 filmes. Neste ano, as principais premiações do Troféu foram incrementadas: o melhor filme de longa-metragem escolhido pelo júri oficial receberá R$ 100 mil, e o melhor longa eleito pelo júri popular ganhará R$ 40 mil.

Além disso, o longa vencedor da Mostra Brasília segundo o voto do público também receberá o Prêmio Petrobras de Cinema no valor de R$ 100 mil, para distribuição do filme em, pelo menos, dez salas de três localidades durante os primeiros 90 dias de lançamento comercial. A votação do júri popular será feita por meio eletrônico ao final das sessões, por aplicativo no celular ou pelos totens disponíveis no local de exibição.

Outra novidade desta edição da Mostra Brasília é o debate que acontece logo após a exibição dos filmes entre os diretores e o público, com a presença do elenco. A plateia pode participar do evento, fruto da parceria entre a Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) e a Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Os filmes mais aclamados pelo público da Mostra Brasília também serão reconhecidos pelas empresas CiaRio e Naymar. O melhor longa e o melhor curta, segundo o júri popular, receberão o Prêmio CiaRio no valor de R$ 20 mil e R$ 8 mil, respectivamente, para a locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da Naymar.

Luís Cláudio Alves
Fotos: Sílvio Abdon
Comunicação Social - Câmara Legislativa